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Portugal transforma a prisão mais sinistra da ditadura num museu de resistência e liberdade

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A fortaleza militar de Peniche, que foi uma das piores prisões da ditadura em Portugal, alberga hoje o Museu Nacional da Resistência e da Liberdade.

Na única foto do casamento, Conceição Matos cercou-se de sete pessoas. Nenhum deles era o seu novo marido, Domingos Abrantes. O casal comunista casou-se a 18 de outubro de 1969 na prisão de Peniche, cerca de 90 quilómetros a norte de Lisboa, onde Abrantes esteve preso durante quatro anos pela sua oposição à ditadura. Naquela época, eles eram proibidos de se ver e de escrever um para o outro. Eles se correspondiam por meio de parentes por procuração. Abrantes conseguiu enviar-lhe cartões de Natal, felicitações de aniversário e até um colagem de partidas que ele reproduziu Os amantesde Picasso, para comemorar a libertação da companheira em 1966. “No dia do casamento não nos deixaram tirar fotos”, recorda Matos em Lisboa, mais de cinco décadas depois. E por isso o retrato mostra a noiva, que vestia saia e blusa emprestadas, com outros familiares às portas da imponente fortaleza militar contra a qual o Oceano Atlântico bate incessantemente.

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Conceição Matos, resistente comunista (quarta à esquerda), acompanhada por vários familiares às portas da prisão de Peniche no dia do seu casamento em 1966.Domingos Abrantes e Conceição Matos, ex-presos políticos da ditadura portuguesa, em Lisboa no final de julho.Um grupo de alunos, em frente ao memorial que recorda os 2.626 presos políticos que passaram pelo Estabelecimento Prisional de Peniche, hoje convertido em museu.Dois visitantes no corredor das celas de isolamento de Peniche (Portugal), hoje convertidas em Museu Nacional da Resistência e da Liberdade.

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