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Seca: Agricultores do Baixo Alentejo exigem apoio direto e ajuda antecipada

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A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) apelou ontem ao governo para que conceda apoios diretos aos animais e às culturas e que espere ajudas, devido à seca que a região atravessa.

As propostas fazem parte de um conjunto de reivindicações relacionadas com a seca e do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) apresentadas pela FAABA, com sede em Beja, em comunicado enviado à LUSA.

Segundo o Sindicato dos Agricultores, a seca está a provocar “uma perturbação notória na atividade agrícola da região alentejana”, com “falta de pastagens, feno e feno” e “muitos produtores estão a vender animais, ou até a cessar a sua atividade”, por causa dos “altos custos de produção”.

“As margens obtidas já são negativas e a ajuda já não é suficiente para compensar as crescentes perdas de rendimento. Como se não bastasse, a água necessária para dar de beber aos animais também está a esgotar-se em muitos casos.

A União sublinhou a necessidade de uma “revisão urgente” de algumas medidas de apoio aos agricultores, dada a “impossibilidade de as obter”, sublinhando que a falta de chuva provoca “situações trágicas nas reservas de água, seja nas explorações de sequeiro, seja nas fazendas alimentadas pela chuva ou em terras agrícolas.” Áreas irrigadas.

“Neste último caso, os casos mais graves ocorrem nas bacias do Sado e Mera, onde as barragens do Monte da Rocha e Campilhas estão praticamente em nível de volume morto, e em Santa Clara, estão abaixo deste nível há três anos. as áreas de sequeiro são praticamente nulas”, acrescentou.

O sindicato contestou as dotações de irrigação definidas pela Alcueva Desenvolvimento e Infraestruturas (EDIA) para diversas culturas, que considerou insuficientes, e cortou o abastecimento de água aos agricultores quando as dotações foram alcançadas.

“Também é incompreensível que num ano que já se previa ser seco, as autoridades competentes tenham decidido fazer uma simulação de cheia no rio Guadiana numa campanha de irrigação já concluída, que consumiu 50 milhões de metros cúbicos”, acrescentou, acrescentando que quase 10% do volume anual de água está disponível na Fundação Multiusos para a Agricultura de Alqueva (EFMA).

No comunicado, a FAABA considera ainda que a atual campanha de candidatura do PEPAC “gerou total confusão”, pois “não pôde ser apresentada por falta de legislação específica para determinadas medidas de apoio ou por deficiências da plataforma”.

Salientou que “tudo isto levou, mais do que uma vez, ao alargamento dos prazos de apresentação de candidaturas individuais, o que exige mais burocracia e incerteza dos técnicos no aconselhamento aos agricultores devido à falta de legislação atempada”.

Segundo os agricultores do Baixo Alentejo, esta situação faz com que as ajudas comunitárias sejam pagas “com atraso significativo”, porque “mais de 90% dos pagamentos só terão início em Novembro”.

Acrescentou que “sérios problemas com o controlo de superfície” do sistema de monitorização por satélite causariam atrasos e, portanto, teriam “efeitos negativos na atribuição de ajudas aos agricultores”, ao obrigar “os camponeses a fornecerem provas de declarações já feitas”. .

Observando que o PEPAC está a passar por um período de revisão, a FAABA solicitou à autoridade que fizesse ajustes e correcções para “melhor se adaptar às realidades da agricultura nacional”.

Além do apoio direto aos animais e às culturas para garantir a continuidade da atividade e a expectativa de assistência a que os agricultores têm direito, o sindicato também defendeu o estabelecimento de um “genuíno sistema de seguro agrícola”.

Criar apoios financeiros e infraestruturas públicas que permitam a retenção e armazenamento de água, apoiar investimentos privados e preparar os estudos necessários que permitam aumentar a capacidade de armazenamento de água de Alqueva são outras propostas.

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