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“É necessário que este governo seja diferente”, disse ontem o presidente da Câmara de Aveiro, Ribão Esteves, dando aos autarcas o “poder de agir” quando a terra está suja.
“Estamos todos a pressionar para que este seja um governo diferente, que nos permita trabalhar rapidamente no terreno”, anunciou Ribão Esteves à saída de uma reunião de autarcas provinciais com membros do governo.
Ribão Esteves referiu que é presidente da Câmara há 27 anos e que o presidente da Câmara de La Gueda, que também participou na reunião, também é presidente da Câmara há duas décadas e tem grande experiência na realidade no terreno.
“O governo ouviu bem, tomou nota de tudo, e esse diálogo certamente continuará com outros prefeitos do país, porque o governo precisa nos ouvir de uma vez por todas, porque o que precisamos é de autoridade e de capacidade de agir. ” Comentário.
O presidente da Câmara de Aveiro considerou que havia excesso de burocracia e deu o exemplo ao não se comprometer com a limpeza dos terrenos.
Ele disse: “Nossa capacidade de agir é muito limitada: notificamos as partes envolvidas, depois ouvimos as partes envolvidas e implementamos a decisão final”.
Contudo, continuou: “A pessoa ainda tem recurso dentro da câmara, e caso não concorde, contratar advogado e recorrer ao tribunal, com efeito suspensivo. Isso deve acabar!”
Segundo o autarca, também existem “situações em que não é possível cumprir” a legislação, uma vez que não é possível identificar os proprietários do terreno.
“Vamos ao conservatório, vamos umas 30 vezes e não conseguimos”, disse.
Pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas delas em estado grave, nos incêndios que assolam desde domingo as regiões Norte e Centro do país, como Oliveira de Azemes, Albergaria Avilha e Sivre do Voga, em região de Aveiro, destruindo dezenas de habitações cortando estradas e autoestradas como a A1, A25 e A13.
As últimas vítimas são três bombeiros que morreram hoje num acidente quando se dirigiam para extinguir um incêndio em Tábua, região de Coimbra.
Hoje, pelas 13h30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil registou 127 ocorrências, envolvendo mais de 5.400 efetivos executivos, apoiados por 1.700 meios terrestres e 25 meios aéreos.
A Proteção Civil estima que tenham ardido pelo menos 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e no distrito de Aveiro.
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