Física

Brasil se prepara para mais incêndios em meio à umidade extremamente baixa

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Um bombeiro trabalhando para controlar as chamas na Floresta Nacional de Brasília, nos arredores da capital

Um bombeiro trabalhando para controlar chamas na Floresta Nacional de Brasília, nos arredores da capital.

Mais de mil municípios brasileiros estavam em alerta nesta quinta-feira devido à umidade muito baixa — em alguns casos comparável à do deserto do Saara — enquanto o país é atingido por uma seca histórica que tem provocado grandes incêndios florestais.

As chamas atingiram uma floresta protegida nos arredores da capital Brasília, que ficou envolta em fumaça pela segunda vez em duas semanas, e onde não chove há 130 dias.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) disse em um relatório que Brasília, assim como a região Sudeste, com seus estados altamente populosos de São Paulo e Minas Gerais, estavam entre os mais afetados por uma “umidade relativa do ar inferior a 12 por cento”.

Esta era uma situação “muito perigosa” devido ao “grande risco de incêndios florestais”, disse a agência governamental.

Essa baixa umidade também afeta a saúde dos moradores e pode causar doenças pulmonares ou dores de cabeça.

Em várias dezenas de municípios, o nível de umidade caiu abaixo do limite de 10%, chegando a atingir sete por cento, um nível “tão baixo” quanto o observado no Saara, disse Ana Paula Cunha, pesquisadora do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden).

Ela disse que o Brasil estava enfrentando sua pior seca “em pelo menos 70 anos” devido à baixa precipitação desde o final do ano passado.

O país vem lutando há meses contra incêndios de grande porte, especialmente na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, e no centro-oeste do Pantanal, a maior área úmida tropical do mundo.

Vista aérea mostrando áreas afetadas por incêndios na Floresta Nacional de Brasília

Vista aérea mostrando áreas afetadas por incêndios na Floresta Nacional de Brasília.

Recentemente, incêndios também atingiram o estado de São Paulo.

A combinação de altas temperaturas, ventos fortes e baixa umidade cria um “contexto muito favorável para novos incêndios”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em entrevista recente à AFP.

Apenas dois dos 27 estados brasileiros “não são seriamente afetados pela escassez severa de água”, disse ela.

Em uma audiência no Senado na quarta-feira, ela alertou que o Pantanal pode desaparecer “até o final do século” se a seca persistir e tais eventos climáticos “se tornarem mais severos e frequentes”.

Brasília está acostumada ao clima rigoroso, semelhante ao de um deserto, e à baixa umidade durante a estação seca. No entanto, a intensidade dos incêndios e a fumaça vinda de outras partes do país são incomuns.

Enormes nuvens de fumaça eram visíveis sobre a Floresta Nacional de Brasília, de 9.000 hectares, na quarta-feira.

Um touro é visto em frente a uma casa cercada por fogo de queimadas ilegais na floresta amazônica

Um touro é visto em frente a uma casa cercada pelo fogo proveniente de queimadas ilegais na floresta amazônica.

As autoridades culpam a ação humana pela maioria dos incêndios recentes no país.

“Há muitos incêndios, mais do que pessoal humano”, disse o bombeiro Diego Rodriguez à AFP.

© 2024 AFP

Citação: Brasil se prepara para mais incêndios em meio à umidade extremamente baixa (2024, 5 de setembro) recuperado em 5 de setembro de 2024 de https://phys.org/news/2024-09-brazil-braces-extreme-humidity.html

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