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ANMP diz que tarifas de água definidas pela ERSAR violam autonomia do governo local

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O presidente da Associação de Municípios Portugueses (ANMP) criticou ontem a decisão que permite à Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) fixar tarifas de água, dizendo que “viola a independência das autarquias locais”.

Esta alteração, que “permite à ERSAR fixar direitos aduaneiros, merece a nossa rejeição, ou melhor, a nossa forte oposição, porque viola claramente a independência das autarquias locais”, defendeu Luisa Salguero (PS).

No final da reunião da Direção da ANMP, hoje, em Coimbra, o presidente da Câmara Municipal de Matosinhos sublinhou também que devem ser os municípios quem determinam os tarifários dos serviços prestados nos seus territórios.

Na sua opinião, essas definições deveriam ser determinadas pelos municípios com base nas condições da própria região.

E acrescentou: “Não deve ser uma entidade externa a impor as tarifas aplicadas nos nossos municípios”.

Em declarações à Lusa, Luisa Salguero indicou que os municípios se opõem à decisão que “entra em contradição com as alterações”.

“Isso começou como possível, depois essa possibilidade foi cancelada e atribuída aos municípios. “Portanto agora é um retrocesso, e mais uma vez a ERSAR tem essa eficiência pela qual estamos a competir.”

A posição de princípio contra a imposição de diferenciação aduaneira pela ERSAR foi transmitida pela ANMP ao governo no dia 20 de agosto, num parecer que dizia que as tarifas deveriam ser ajustadas de acordo com as realidades económicas e sociais de cada território.

“Na lógica do serviço público e não na lógica puramente económico-financeira, sob pena de provocar um aumento das tarifas para níveis socialmente insustentáveis, especialmente e em particular, nas áreas economicamente mais desfavorecidas, mais dispersas e menos povoadas do mundo estado”, diz o parecer da ANMP ao qual Luca conseguiu chegar.

O documento indica ainda que “a solução passará por garantir a sustentabilidade económica e financeira dos sistemas, e isso não pode ser feito apenas através de definições, sendo necessário pensar seriamente na introdução de mecanismos de igualdade, baseados na solidariedade entre os sistemas”.

O governo solicitou este parecer à ANMP no dia 9 de agosto, um dia depois de o Conselho de Ministros ter aprovado o decreto-lei que fixa as tarifas, receitas tarifárias e outros valores a cobrar.


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