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Os dados coletados nos smartphones dos motoristas do Uber podem ajudar a monitorar pontes e impedir que entrem em colapso, sugere um novo estudo.
A coleta de dados de localização e aceleração do GPS dos motoristas – ambos registrados automaticamente por aplicativos de compartilhamento de viagens como o Uber – fornece aos engenheiros estruturais informações importantes sobre a saúde de uma ponte, de acordo com a pesquisa.
Isso forneceria a eles um monitoramento quase constante em tempo real da robustez de uma ponte e potencialmente reduziria o número de colapsos mortais.
O estudo, liderado por Thomas Matarazzo, diretor associado do Centro de Inovação em Engenharia das Forças Armadas dos EUA, ocorre depois que 143 pessoas morreram quando uma passarela no estado indiano de Gujarat desabou no último domingo.
A ponte de 230 pés (70m) havia sido recentemente reformada e reaberta ao público apenas na semana anterior.
Ele cedeu porque não conseguia lidar com o número de pessoas nele, disseram autoridades à Press Trust India na época.
Outros colapsos recentes de pontes em larga escala incluem uma ponte de metrô na Cidade do México em maio de 2021 que matou 26 pessoas e o desastre na Ponte Morandi em GênovaItália em agosto de 2018, que deixou 43 mortos.
O estudo de Matarazzo viu pesquisadores atravessarem a ponte Golden Gate em São Francisco 102 vezes usando iPhone 5s e 6s para registrar seus movimentos.
Os dados foram coletados de 72 viagens de ponte do Uber enquanto os motoristas realizavam seus negócios diários.
Inspeções de ponte geralmente feitas a olho nu – não com dados
De acordo com o estudo: “As avaliações modernas das condições das pontes são baseadas em notas de inspeção de campo de inspeções visuais, em vez de grandes conjuntos de dados digitais – um paradigma que limita severamente a frequência das avaliações de integridade estrutural”.
Mas o uso de dados de compartilhamento de viagens, que podem ser coletados todos os dias, permite que os engenheiros estruturais meçam com precisão as vibrações verticais de baixo grau e as torções que as pontes experimentam em suas vidas, afirmam os pesquisadores.
Eles acrescentaram que, com 50% das pessoas usando smartphones em todo o mundo, essa pode ser uma maneira fácil e gratuita de ajudar a garantir a segurança da ponte.
E apesar do pequeno conjunto de dados, os autores afirmam que os resultados foram bastante precisos.
Houve algumas preocupações com a privacidade em torno dos dados dos motoristas, com especialistas temendo que as empresas de tecnologia não respeitassem os direitos de seus funcionários.
Mas alguns motoristas expressaram apoio ao esquema, dizendo que estão felizes em ajudar a prevenir desastres potencialmente mortais.
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