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A União Europeia está a envelhecer. Dos 448,8 milhões de pessoas em 27 países, 21,3% são idosos. Este é o retrato mais recente de uma realidade demográfica preocupante, ainda mais preocupante no caso português. O nosso país lidera o ranking da União Europeia em termos de proporção de pessoas com mais de 65 anos em relação à população total, estando no topo
mundo.
“Portugal envelhece há muito tempo”, segundo o Portugal Senior Housing Image Survey, realizado pela Via Senior em parceria com a Unidade de Investigação BA&N. Numa análise à evolução da população de idosos entre 2013 e 2023, os últimos dados disponíveis, o Eurostat, revelam que “em cinco países da UE, a idade média da população aumentou quatro anos ou mais”. a
A esperança média de vida em Portugal aumentou 4,4 anos, a mais elevada entre os países da União Europeia.
Atualmente, a proporção de pessoas com 65 anos ou mais é de 24%, o que significa que aproximadamente uma em cada quatro pessoas é idosa. São mais de 2,5 milhões.
As explicações são várias, mas a mais importante é a diminuição do número de nascimentos, devido à falta de políticas de incentivo à natalidade, por um lado, e por outro, aos baixos rendimentos. Some-se a isso a percentagem de jovens que decidem emigrar e acabam por ter filhos no estrangeiro. Entretanto, a mesma fonte afirma que há um aumento da esperança de vida. “Se nada for feito, em 2060, a população de Portugal será de pouco mais de 8,6 milhões de pessoas, 30% das quais terão mais de 60 anos.” Este cenário já começa a afetar os serviços públicos de assistência, tanto ao nível do SNS como dos estabelecimentos residenciais para idosos (ERPI), com uma oferta que parece desfasada da realidade nacional.
A oferta crescente de habitação sénior está muito aquém da necessidade, com muitas destas instituições a oferecerem taxas de ocupação de 100%, de acordo com o inquérito realizado pela Via Senior em parceria com uma unidade de investigação da BA&N.
Na prática, dois terços (62,3%) apresentam uma taxa de ocupação de 100%. Ou seja, são residências plenas, com impossibilidade de receber novos idosos, enquanto 32,1% indicam que as taxas de ocupação oscilam entre 91% e 99%.
As listas de espera tornaram-se uma realidade em 7 em cada 10 residências de idosos. A permanência em lista de espera não poderia ser mais frequente, mesmo tendo em conta o tempo de permanência de quem já utiliza as camas disponibilizadas pela ERPI.
A pressão da procura está a fazer com que os preços subam depois de um ano em que se assistiu a um aumento generalizado dos custos. O preço de uma cama em quarto duplo varia em média entre 1.250 e 1.500 euros.
Os valores mais elevados refletem os efeitos da inflação, mas também são acompanhados pela melhoria do atendimento aos idosos. Médicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e psicólogos, além de nutricionistas, estão cada vez mais presentes na vida dos idosos em residências.
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