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Há 49 anos os portugueses fizeram algo grandioso. Uma parte do exército levantou-se para derrubar uma ditadura de longa data que ainda se apegava ao fantasmagórico sonho imperial e enviava soldados para matar e ser morto na África. O povo os cobriu nas ruas e transformou o golpe de estado em revolução. Talvez uma das revoluções mais limpas da história, com exceção dos quatro civis mortos pela polícia do regime do Estado Novo. Em vez de violência e vingança, cantaram-se hinos de José Afonso e distribuíram-se cravos brancos e vermelhos. Desde as sete da manhã, Alfredo Cunha (Celorico da Beira, 69 anos) estava lá com seus 20 anos, sua câmera e seu trabalho de estagiário no jornal ou seculum. Suas imagens ajudaram a transformar o 25 de abril de 1974 em uma revolução admirada em todo o mundo.
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