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Vila Real tem hoje 50 bicicletas elétricas partilhadas no âmbito de um projeto piloto que visa reduzir a utilização do automóvel e ajudar a superar as graves desigualdades na cidade, foi hoje anunciado.
Depois das trotinetes elétricas, a Câmara Municipal de Vila Real e a Bolt anunciaram a implementação de uma rede de bicicletas que vai assentar em 12 pontos de partilha e com uma autonomia de 60 quilómetros.
“Estamos apostados nesta nova forma de viajar. Para uma pequena experiência, vamos colocar em circulação 50 bicicletas elétricas”, disse hoje Adriano Souza, consultor urbano, em conferência de imprensa.
Dado que o terreno da cidade é “bastante acidentado” e “algo inadequado para novos modelos de mobilidade”, o responsável sublinhou que o projecto reúne todas as condições necessárias para o sucesso “porque é um veículo de propulsão eléctrica” e “muito mais confortável” para usar.
Na cidade de Trás os Montes, os jovens têm adoptado as trotinetes, razão pela qual, segundo Rodrigo Veloso, da Bolt, o objectivo da utilização das bicicletas é abranger “mais faixas etárias, sobretudo a faixa mais velha”.
A conferência de imprensa de hoje também incluiu uma visão geral do projeto piloto de scooters elétricos, lançado há um ano.
Com cerca de 200 motos espalhadas pela cidade, já se inscreveram 6.719 usuários, que realizaram cerca de 80 mil viagens e percorreram cerca de 126 mil quilômetros.
Adriano Souza classificou este projeto piloto como “bem sucedido”, destacando a forma como as pessoas abraçaram este novo modelo de viagem.
“E estamos a falar de muito menos viajar de carro. “O nosso objetivo não é eliminar os carros, não renunciar a eles, mas tentar tornar mais equitativa a distribuição dos diferentes modos de transporte”, disse Adriano Souza, que acrescentou que em Na cidade de Trás os Montes ainda prevalece o uso do automóvel, de uso único.
Cerca de 70% dos utilizadores são estudantes, entre os 18 e os 25 anos, sobretudo da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro (UTAD), disse Rodrigo Veloso, da Bolt.
“Não há taxa de vandalismo na cidade, o que é muito positivo para as nossas operações. Em algumas cidades, temos notado alguns atos de vandalismo que acabam por danificar os nossos veículos ou deixar veículos em locais indesejados, o que não acontece em Vila Real ”, explicou o responsável.
O vereador admitiu que, no início do projeto do patinete, ficou “um tanto preocupado porque viu muitos usuários utilizando as calçadas”, o que é proibido por lei.
“Mas a boa notícia é que há uma migração desses usuários para a plataforma rodoviária. Ainda não está completa, ainda tem gente que continua andando nas calçadas, mas já podemos ver muita gente andando na estrada ,” ele adicionou.
A comissária da PSP, Saraiva Conceição, disse que, embora não existam números específicos, os acidentes ou infrações relacionados com trotinetes são “muito residuais”.
As contraordenações aplicáveis estão relacionadas com a utilização indevida de dispositivos durante a condução de uma scooter elétrica, como o telemóvel.
Relativamente à utilização de bicicletas, o comissário afirmou que esta deve ser feita na estrada, com exceção de crianças até aos 10 anos, pois é proibido transportar estes veículos sob o efeito de álcool ou utilizar dispositivos que possam causar desatenção, como um telefone celular ou fones de ouvido.
Apesar de não ser obrigatório, Saraiva Conceição aconselhou o uso de capacete, mas alertou ainda para a adaptação da velocidade às condições do tempo e apelou para que se evite o abandono.
Rodrigo Veloso referiu que o custo de utilização é o mesmo tanto para trotinetes como para bicicletas, ou seja, 19 cêntimos por minuto, e para quem subscreve passes é de 2,99 por 30 minutos (10 cêntimos por minuto).
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