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A África do Sul confirmou na quinta-feira planos para conduzir exercícios militares conjuntos com as marinhas russa e chinesa em sua costa leste no próximo mês.
A Força de Defesa Nacional da África do Sul disse que os jogos de guerra visam “fortalecer as relações já florescentes entre a África do Sul, a Rússia e a China”.
Ele disse que os exercícios aconteceriam nas cidades portuárias de Durban e Richards Bay e envolveriam 350 soldados sul-africanos.
Os exercícios estão sendo chamados de “Operação Mosi”, que significa fumaça em Tswana – uma das 11 línguas oficiais da África do Sul. Os exercícios estão programados para acontecer de 17 a 26 de fevereiro, um ano depois que a Rússia invadiu a Ucrânia.
Simbolismo dos exercícios militares com a Rússia questionado
O maior partido de oposição do país, a Aliança Democrática, disse que os exercícios “tolos” estavam sendo realizados em “um momento estranho na história geopolítica global devido à guerra russa na Ucrânia”.
O ministro da defesa do partido da oposição, Kobus Marais, disse que as manobras conjuntas provam que o governo é “tendencioso”.
Uma pesquisa realizada em nome da Fundação Brenthurst no final do ano passado constatou que 74,3% dos sul-africanos acreditam que a invasão da Ucrânia pela Rússia é “um ato de agressão que deve ser condenado”.
Os autores dessa pesquisa na segunda-feira descreveram os exercícios planejados como “simplesmente estúpidos e impraticáveis”.
Em um artigo de opinião no Daily MaverickGreg Mills e Ray Hartly escreveram: “Isso destaca o quão longe” o país “se desviou de suas relações com os aliados ocidentais.”
A África do Sul não condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia e se absteve em várias votações nas Nações Unidas.
Lavrov esperado em Pretória
Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, era esperado na capital da África do Sul na segunda-feira.
Ele será recebido pela ministra sul-africana de Relações Internacionais e Cooperação, Naledi Pandor.
A África do Sul assumiu recentemente a presidência do BRICS, um grupo que o reúne com Brasil, Rússia, Índia e China para desafiar as estruturas dominantes de governança global lideradas pelos EUA e pela Europa.
Material da AFP contribuiu para este relatório.
Editado por: Amanda Rivkin
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