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Venezuela revoga custódia do Brasil sobre embaixada argentina que abriga opositores de Maduro | Venezuela

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O governo da Venezuela disse que o Brasil não pode mais representar os interesses diplomáticos da Argentina no país, colocando em risco vários opositores antigovernamentais que estão confinados há meses na residência do embaixador argentino em busca de asilo, à medida que surgem relatos de que a embaixada foi cercada por forças de segurança.

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela disse em um comunicado que havia notificado o Brasil sobre sua decisão, que entrará em vigor imediatamente. Ele disse que foi forçado a tomar medidas com base no que chamou de evidências – que não compartilhou – de que aqueles que buscaram refúgio na missão diplomática da Argentina estavam conspirando para realizar atos “terroristas”.

O Brasil disse que recebeu a comunicação “com surpresa” e a Argentina disse logo depois que rejeitou a decisão “unilateral” da Venezuela. Ambos os países instaram o governo de Nicolás Maduro a respeitar a convenção de Viena sobre relações diplomáticas.

“Qualquer tentativa de invadir ou sequestrar requerentes de asilo que permaneçam em nossa residência oficial será duramente condenada pela comunidade internacional”, disse a Argentina em uma declaração. “Ações como essas reforçam a convicção de que na Venezuela de Maduro, os direitos humanos fundamentais não são respeitados.”

Em sua declaração, o Brasil insistiu que permaneceria sob custódia e defesa dos interesses argentinos até que a Argentina indicasse outro estado aceitável para a Venezuela para fazê-lo.

Na sexta-feira à noite, alguns membros da oposição na residência argentina relataram nas redes sociais que o prédio estava sob vigilância e não tinha eletricidade. Eles postaram vídeos mostrando homens vestidos de preto e patrulhas da agência de inteligência do governo.

Em março, seis pessoas buscaram asilo na embaixada argentina em Caracas depois que um promotor ordenou sua prisão sob acusações que incluíam conspiração. A líder da oposição Maria Corina Machado negou as alegações contra seus colaboradores.

A ação de sábado da Venezuela é a mais recente explosão de atrito entre os países. O presidente da Argentina está entre os que lideram a acusação contra Maduro sobre supostas tentativas de roubar a eleição presidencial de julho. As autoridades eleitorais declararam Maduro o vencedor, apesar das fortes evidências coletadas nas urnas pela oposição de que ele prevaleceu por uma margem de mais de 2 para 1. Desde a eleição, milhares foram presos em uma repressão brutal.

Magalli Meda, ex-chefe de campanha de Machado, estava entre a meia dúzia de opositores do governo que fugiram para a residência do embaixador argentino depois que o promotor-chefe de Maduro emitiu uma ordem de prisão em março por supostamente propagar violência política desestabilizadora.

Em retaliação, Maduro rompeu relações diplomáticas com o governo de direita do presidente argentino Javier Milei, que escolheu o vizinho Brasil para representar seus interesses e proteger os requerentes de asilo.

Meda recorreu às redes sociais para denunciar o que ela teme ser uma operação iminente para prendê-la e a outros opositores do governo pelas forças de segurança venezuelanas.

A Reuters e a Associated Press contribuíram para esta reportagem

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