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Há três meses que a única coisa que Carlos Flores quer ouvir ao fim do dia, sempre que regressa a casa, é uma vozinha a perguntar-lhe quantas pessoas ajudou. Sua filha de nove anos a encoraja a continuar com uma missão altruísta: ajudar os feridos nas marchas antigovernamentais, sejam eles manifestantes, civis ou policiais. “A vida não tem distinções”, diz esse pai solteiro e de cara dura, ao lado de sua caminhonete, estacionada em uma das esquinas da Plaza San Martín, no Centro Histórico de Lima. Onde o ar tóxico arde e traz lágrimas várias vezes por semana.
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