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UTAD colabora com produtores de Valpacos no combate ao fungo que afecta a castanha

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Investigadores da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro (UTAD) ofereceram aos produtores de Valpacos uma solução para ajudar a combater a podridão do castanheiro, fungo que danificou cerca de 40% da produção em 2023.

Na aldeia de Rio Bom, perto de Carrazedo di Montenegro, Valpacos, foi realizada uma demonstração de como aplicar o tratamento nos castanheiros, através de pulverização, para evitar o aparecimento do fungo causador da podridão do castanheiro.

Nesta zona, em plena Serra da Padrilla, na zona de Vila Real, encontra-se a maior mancha de castanha judaica da Europa, fruto que constitui a principal fonte de rendimento de muitas famílias.

José Gomez Laranjo, investigador do Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da UTAD, disse à Lusa que o impacto do fungo Gnomoniopsis castaneae, causador da podridão parda, está a aumentar ano após ano. Só em 2023, afetou cerca de 40% da produção nacional.

A manifestação hoje realizada insere-se no protocolo “Salvem a Castanha” assinado pela UTAD e pela Agromontenegro, empresa local que explora uma unidade de processamento, embalagem e comercialização de castanha.

Os beneficiários desta iniciativa são cerca de 100 agricultores que, em conjunto, exploram cerca de 1.000 hectares de castanheiros.

A pesquisadora explicou que o tratamento consiste na colocação de um composto nutricional importado da Itália, composto por zinco, manganês e molibdênio, na copa dos castanheiros.

“Com este tratamento vamos ajudar a controlar o fungo que se instala nas flores femininas do castanheiro, o que posteriormente levará ao aparecimento dos ouriços do castanheiro”, explicou José Gomez Laranjo.

No ano passado, os produtores de castanha desta região queixaram-se da falta de informação e da falta de aviso atempado sobre a necessidade de um tratamento que ajudasse a prevenir o fungo que estraga o interior da castanha e que está na origem dos preços da castanha. subir. Venda esta fruta.

O responsável sublinhou que o objetivo do trabalho que está a ser feito no terreno é que na próxima campanha “haja castanhas de qualidade” e “restaurar a confiança dos consumidores”.

“É um problema novo, a produção ainda não sabe e não sabe bem o que fazer, mas nós sabemos, porque estamos a estudá-lo desde 2020/21”, apontou, referindo-se ao trabalho de investigação que tem foi feito. Pela Associação Europeia da Castanha (Eurocastania).

A pesquisadora explicou que muitos produtos foram testados até que fosse encontrado um tratamento que pudesse ajudar no controle da podridão.

No terreno, os produtores estão agora a sensibilizar para o tratamento dos castanheiros porque “este é o momento certo” para fazer o tratamento e prevenir a infecção das flores.

“Normalmente nesta altura do ano ocorrem infeções, por isso é importante transmitir esta informação o mais rapidamente possível. Esperamos que a próxima campanha de colheita reflita os resultados deste dia e de outros semelhantes”, disse o investigador.

Acrescentou ainda que este ano as condições são favoráveis ​​à infecção dos castanheiros, dada a humidade e o calor observados.

“O setor não pode sobreviver mais um ano com o nível de qualidade da noz que tinha em 2023 e algo tem de ser feito”, frisou.

José Gomez Laranjo referiu que existem outros produtores de outras regiões, além de Carrazedo de Montenegro, que já demonstraram interesse em aplicar este tratamento.

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