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Como funcionam os mercados de ativos? Quais ações se comportam de maneira semelhante? Economistas, físicos e matemáticos trabalham intensamente para desenhar uma imagem, mas precisam aprender o que está acontecendo fora de sua disciplina. Um novo papel agora constrói uma ponte.
Em um novo estudo, os pesquisadores do Complexity Science Hub destacam os elementos de conexão entre a pesquisa tradicional do mercado financeiro e a econofísica. “Queremos criar uma visão geral dos modelos que existem na economia financeira e daqueles que os pesquisadores em física e matemática desenvolveram para que todos possam se beneficiar disso”, explica Matthias Raddant do Complexity Science Hub e da University for Continuing Education Krems.
Cientistas de ambas as áreas tentam classificar ou mesmo prever como o mercado se comportará. Eles visam criar uma matriz de correlação em larga escala descrevendo a correlação de uma ação com todas as outras ações. “O progresso, no entanto, quase nunca é notado, se é que é, por pesquisadores de outras disciplinas. Os pesquisadores em finanças mal sabem que os físicos estão pesquisando tópicos semelhantes e apenas chamam isso de algo diferente. É por isso que queremos construir uma ponte”, diz Raddant .
QUAIS SÃO AS DIFERENÇAS?
Especialistas no campo dos mercados financeiros tradicionais estão muito preocupados em descrever com precisão o quão voláteis são as ações estatisticamente. No entanto, seus modelos refinados não funcionam mais adequadamente quando o conjunto de dados se torna muito grande e inclui dezenas de milhares de ações.
Os físicos, por outro lado, podem lidar muito bem com grandes quantidades de dados. O lema deles é: “Quanto mais dados eu tiver, melhor será, porque assim posso ver melhor certas regularidades”, explica Raddant. Eles também trabalham com base em correlações, mas modelam os mercados financeiros como redes complexas em evolução. Essas redes descrevem dependências que podem revelar o comovimento de ativos, ou seja, quais ações se comportam fundamentalmente de maneira semelhante e, portanto, se agrupam. No entanto, físicos e matemáticos podem não saber quais insights já existem na literatura financeira e quais fatores precisam ser considerados.
LÍNGUA DIFERENTE
Em seu estudo, Raddant e seu co-autor, Tiziana Di Matteo, membro externo do corpo docente da CSH, do King’s College London, observam que as peças mecânicas que entram nesses modelos geralmente são relativamente semelhantes, mas sua linguagem é diferente. Por um lado, os pesquisadores em finanças tentam descobrir os recursos de conexão das empresas. Por outro lado, físicos e matemáticos estão trabalhando na criação de ordem a partir de muitas séries temporais de estoques, onde ocorrem certas regularidades. “O que os físicos e matemáticos chamam de regularidades, os economistas chamam de propriedades das empresas, por exemplo”, diz Raddant.
EVITANDO A PESQUISA QUE SE PERDE
“Através deste estudo, queremos sensibilizar jovens cientistas, em particular, que trabalham de forma interdisciplinar nos mercados financeiros, para os elementos de conexão entre as disciplinas”, diz Raddant. Para que os pesquisadores que não vêm da economia financeira saibam qual é o vocabulário e quais são as questões essenciais de pesquisa que devem abordar. Do contrário, corre-se o risco de produzir pesquisas que não interessam a ninguém em finanças e economia financeira.
Por outro lado, os cientistas das disciplinas tradicionalmente envolvidas com os mercados financeiros devem entender como descrever grandes conjuntos de dados e regularidades estatísticas com métodos da física e da ciência de rede.
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