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O meduloblastoma do tipo tumor cerebral maligno pode se tornar resistente à terapia, o que pode causar recidiva. Pesquisadores da Universidade de Uppsala descobriram uma certa proteína que torna as células tumorais em repouso e insensíveis ao tratamento com radiação. O grupo de pesquisa espera que os resultados possam levar a melhores tratamentos para crianças com maior risco de desenvolver recaídas.
O meduloblastoma é a forma mais comum de tumor cerebral maligno em crianças, que muitas vezes pode ser curado com cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Mas um tipo distinto de meduloblastoma tem um risco aumentado de se tornar resistente ao tratamento. Isso causará recorrência que está fortemente ligada ao aumento da mortalidade.
O fato de certas células cancerígenas poderem evitar o tratamento sugere que existem fatores biológicos dentro das células cancerígenas que podem aumentar sua resistência à radiação, por exemplo. No presente estudo, a equipe de pesquisa mostrou que certas células dentro do tumor não se dividem com a mesma frequência que outras células cancerígenas, o que as torna menos sensíveis à irradiação. Eles também encontraram um acúmulo de uma proteína específica, SOX9, em amostras recorrentes de pacientes que haviam sido operados antes e depois de desenvolverem uma recaída. Eles então suspeitaram que SOX9 estava envolvido no processo de recorrência.
“Descobrimos que uma proteína de células-tronco chamada SOX9 estava presente com alta atividade em células raras nos tumores e que células com alta atividade de SOX9 estavam em repouso. SOX9 protegeu as células cancerosas em repouso contra a radiação inibindo temporariamente outra proteína que, de outra forma, promove a divisão celular Em experimentos em que eliminamos o SOX9 com a tesoura genética CRISPR/Cas9, as células tumorais perderam sua capacidade de recaída, o que sugere que o SOX9 é importante para esse processo”, diz Fredrik Swartling, da Universidade de Uppsala, que liderou o estudo.
Em modelos animais que se assemelhavam a recaídas em pacientes, SOX9 deu origem ao aumento da migração e metástases de células cancerígenas em áreas dentro da medula espinhal. As células cancerosas também foram reprogramadas para evitar o reconhecimento pelo sistema imunológico. Estes são fatores contribuintes que podem facilitar a recaída.
Os pesquisadores examinaram ainda como as substâncias que inibiam a SOX9 influenciaram o desenvolvimento de recaídas em modelos animais. Usando análises de bioinformática, eles descobriram algumas drogas que são usadas para outros tratamentos que inesperadamente tiveram um efeito supressor de SOX9 em recaídas.
“Esperamos que nossa descoberta possa levar a tratamentos mais específicos contra essas células cancerígenas positivas para SOX9, de divisão lenta. Eventualmente, pode melhorar as possibilidades de tratar crianças com meduloblastoma que têm o maior risco de desenvolver recaídas”, diz Anna Borgenvik, pós-doutoranda em o grupo de pesquisa que realizou os estudos de tratamento com base nas análises bioinformáticas desenvolvidas por Holger Weishaupt, pesquisador da equipe.
O estudo foi feito em colaboração com o Preclinical Cancer Treatment Center, uma instalação piloto patrocinada pela SciLifeLab e pela Uppsala University.
Fonte da história:
Materiais fornecidos por Universidade de Uppsala. Original escrito por Linda Koffmar. Nota: O conteúdo pode ser editado para estilo e duração.
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