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Uma nova forma de terapia genética pode interromper a divisão celular em um tipo de câncer particularmente agressivo – Strong The One

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Um novo estudo apresenta um método de tratamento promissor para os chamados cânceres de fusão, que atualmente são difíceis de curar. Esses cânceres movidos pela fusão são causados ​​por um erro na divisão celular que cria uma fusão de diferentes genes. Essa fusão causa o câncer e impulsiona o crescimento celular descontrolado.

Usando a chamada tesoura molecular CRISPR/Cas9, pesquisadores da Universidade de Aarhus desenvolveram uma terapia genética que pode interromper a divisão celular em um subtipo do agressivo câncer de sangue leucemia mielóide aguda (LMA).

O estudo acaba de ser publicado na revista científica Leucemia. Embora o estudo se concentre no câncer de sangue, muitos outros tipos de câncer também são causados ​​por genes de fusão, por exemplo, alguns cânceres de pulmão e sarcomas. Os pesquisadores levantam a hipótese de que essa tecnologia pode se tornar uma tecnologia de plataforma para tipos específicos de câncer impulsionados por genes de fusão.

Uma mudança de paradigma na terapia do câncer

Até agora, essa terapia gênica foi realizada em laboratório em linhas celulares e camundongos. Mas os resultados são um passo importante para o desenvolvimento de uma nova forma de tratamento com base nos condutores da doença, explica a professora associada Maja Ludvigsen, do Departamento de Medicina Clínica da Universidade de Aarhus, que é uma das autoras do estudo.

Em resumo, os pesquisadores conseguiram cortar genes que, em cânceres de fusão, são fundidos incorretamente e enviam um sinal fatal para as células começarem a se dividir de forma incontrolável. Quando o gene de fusão é cortado, as células cancerígenas param de se dividir.

Neste estudo, os pesquisadores aplicaram esse tratamento às células em um ambiente de laboratório, abrindo a membrana celular usando eletricidade, um método de laboratório reconhecido que permite que substâncias passem pela membrana celular. Desta forma, a ‘tesoura’ – a enzima Cas9 – pode direcionar o gene junto com guias que consistem em RNA (guideRNAs).

“Você pode usar esse método em laboratório, mas não em pacientes. Precisamos investigar como podemos introduzir tesouras e RNAs-guia nas células cancerígenas”, diz Maja Ludvigsen, que acrescenta que os autores já estão trabalhando no uso de partículas de gordura como um método de entrega em um estudo paralelo. Esse método funcionou muito bem como estratégia de entrega com a vacina de mRNA contra a Covid 19.

Até agora, os pesquisadores inseriram linhagens celulares com câncer nos flancos de camundongos. As linhas de células não tratadas se transformaram em grandes tumores, enquanto as células tratadas, que foram expostas à terapia genética antes de serem inseridas nos camundongos, resultaram em tumores muito menores ou nenhum.

“Nossa terapia genética parece ser extremamente eficaz em laboratório. Não sabemos se podemos tornar a terapia eficaz o suficiente para atingir todas as células cancerígenas. Mas há uma hipótese no campo da pesquisa do câncer de que, se você pode atingir a maioria das células cancerígenas com um tratamento, o sistema imunológico cuidará do resto”, diz Maja Ludvigsen.

A próxima tarefa será demonstrar que o tratamento com o método de entrega mais ideal também funciona em camundongos que têm o subtipo específico de leucemia impulsionada pela fusão.

Os pesquisadores também pretendem examinar se essa estratégia de tratamento pode ser uma nova e melhor opção de tratamento para outros tipos de câncer causados ​​pela fusão. Mas ainda há algum caminho a percorrer. Por exemplo, os pesquisadores ainda não sabem sobre os possíveis efeitos colaterais dessa terapia genética.

“Um dos desafios é que, se cortarmos o DNA em uma célula cancerígena onde o cromossomo está colocado incorretamente, também cortaremos o mesmo cromossomo em outras células saudáveis. Como o gene de fusão não está presente nas células saudáveis, nossa A teoria é que as células saudáveis ​​podem reparar seu DNA, mas naturalmente temos que olhar para isso mais de perto”, explica Maja Ludvigsen.

Esperança de um tratamento mais eficaz

Os resultados criados em colaboração entre pesquisadores do Departamento de Medicina Clínica e do Departamento de Biomedicina da Universidade de Aarhus representam um passo importante para a compreensão e tratamento de cânceres causados ​​pela fusão.

“Isso ainda está na fase de pesquisa translacional, mas é um avanço porque conseguimos usar a tecnologia CRISPR/Cas9 como tratamento alvo para o gene de fusão específico que impulsiona o câncer”, disse Maja Ludvigsen, que espera que os ensaios clínicos com esta forma de tratamento pode começar dentro de cinco anos.

“Embora ainda haja muito trabalho a ser feito, os resultados dão esperança de um tratamento eficaz para pacientes que tiveram oportunidades limitadas até agora. Espero que, no futuro, possamos introduzir um tratamento mais suave e tratamento mais eficaz sem efeitos colaterais graves”, diz Maja Ludvigsen.

Fatos: O que é câncer de fusão?

  • O câncer ocorre quando as células começam a se dividir incontrolavelmente em algum lugar do corpo. Uma das razões para isso são os chamados genes de fusão.
  • No câncer de fusão, os genes se fundem incorretamente durante a divisão celular. Além disso, os genes de fusão sinalizam para as células se dividirem de forma descontrolada e intensa, conduzindo assim a doença.
  • No câncer de pulmão, leucemia e sarcomas em tecidos moles são exemplos de cânceres com subtipos de fusão.
  • Existem também outros tipos de câncer que não são causados ​​por genes de fusão, mas sim por outras anormalidades genéticas, incluindo mutações genéticas.

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