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Pesquisadores confirmam ligação do estresse no cérebro – Strong The One

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Em um momento ou outro, todos nós já nos sentimos paralisados ​​por uma ameaça ou perigo.

Pesquisadores da Universidade de Iowa rastrearam onde surge essa reação a uma ameaça. Em um novo estudo, os pesquisadores confirmaram que um circuito neural que liga duas regiões separadas no cérebro governa como os animais, incluindo os humanos, reagem a uma situação estressante. Por meio de experimentos, os pesquisadores mostraram como os ratos responderam a uma ameaça passiva ou ativamente – e ligaram cada reação a um caminho específico no cérebro.

Em outro teste, os pesquisadores manipularam com sucesso o circuito neural, de modo que os ratos superaram o que teria sido uma resposta paralisante a um perigo e, em vez disso, responderam agressivamente à ameaça.

O circuito neural identificado com a resposta ao estresse conecta o córtex pré-frontal medial caudal à substância cinzenta periaquedutal dorsolateral do mesencéfalo. Estabelecer a conexão e como ela regula o estresse é importante, devido aos conhecidos impactos na saúde física e mental do estresse crônico.

“Muitas doenças de estresse crônico, como depressão e transtornos de ansiedade, estão associadas ao que chamamos de comportamento passivo de enfrentamento”, explica Jason Radley, professor associado do Departamento de Ciências Psicológicas e do Cérebro e autor correspondente do estudo. “Sabemos que muitas dessas condições são causadas pelo estresse da vida. A razão mais simples pela qual estamos interessados ​​nesse caminho é pensar nele como um circuito que pode promover a resiliência contra o estresse”.

Pesquisas anteriores identificaram a cinza periaquedutal dorsolateral do córtex pré-frontal medial caudal do mesencéfalo como uma via chave que governa como os animais respondem ao estresse. A equipe de Radley confirmou a importância do caminho inativando-o e observando como os ratos responderam a uma ameaça. Os ratos poderiam responder de duas maneiras básicas: uma é passivamente, o que significa que, em essência, eles não se moveram em resposta à ameaça. A outra é ativamente, por meio de uma série de comportamentos, como enterrar a ameaça (uma sonda de choque, nos experimentos), erguer-se nas patas traseiras ou buscar uma rota de fuga.

Os pesquisadores descobriram que, quando inativavam o circuito neural de estresse dos ratos, os animais respondiam passivamente, o que significa que não responderam diretamente à ameaça.

“Isso mostra que esse caminho é necessário para o comportamento de enfrentamento ativo”, diz Radley.

Em seguida, os pesquisadores forçaram os ratos a responder passivamente, removendo a cama de sua gaiola, o que os impede de tentar enterrar o mecanismo de ameaça. Quando a equipe ativou a via neural, os ratos mudaram seu comportamento e responderam ativamente à ameaça. A resposta ativa ocorreu mesmo com os animais deixados sem cama, o que deveria ter desencadeado uma resposta passiva. Além disso, amostras de sangue coletadas antes e depois que os circuitos neurais dos ratos foram ativados mostraram que seus níveis de hormônio do estresse não aumentaram quando confrontados com a ameaça.

“O que isso significa é que, ao ativar o caminho, vimos amplos efeitos de amortecimento do estresse”, diz Radley. “Ele não apenas reviveu os comportamentos ativos de enfrentamento dos ratos, mas também os restaurou e diminuiu bastante a liberação do hormônio do estresse”.

Em um terceiro conjunto de experimentos, os pesquisadores submeteram ratos a estresse crônico variável, o que significa que eles foram expostos a estresse regular durante duas semanas. Após o condicionamento de duas semanas, os ratos foram colocados em gaiolas e expostos à ameaça. Eles responderam passivamente, sem vontade de se mover, e seus hormônios do estresse dispararam, como os pesquisadores haviam hipotetizado.

O teste de estresse crônico é importante, diz Radley, porque os humanos enfrentam estresse crônico. Por razões desconhecidas, algumas pessoas continuam a carregar essas cargas de estresse, o que pode levar a distúrbios físicos e mentais. Outros, porém, mostram pouca ou nenhuma memória passada do estresse crônico. Os pesquisadores chamam esse comportamento de “resiliência ao estresse”.

“É possível que possamos cooptar alguns desses circuitos cerebrais se pudermos entender os processos no cérebro que podem regular a resiliência”, diz Radley, embora ele acrescente que essa não é uma opção iminente.

Os pesquisadores planejam investigar as conexões neutras que estão a montante e a jusante da via cinzenta periaquedutal dorsolateral do córtex pré-frontal medial caudal.

“Nós não entendemos como esses efeitos estão alterando o cérebro de forma mais ampla”, diz Radley.

O primeiro autor, de Iowa, é Shane Johnson. Os coautores, todos de Iowa, incluem Ryan Lingg, Timothy Skog, Dalton Hinz, Sara Romig-Martin e Nandakumar Narayanan. Victor Viau, da University of British Columbia, em Vancouver, é um autor colaborador.

O National Institutes of Health Office of Mental Health e a Brain and Behavior Research Foundation financiaram a pesquisa.

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