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A Comissão Europeia pode emitir um projeto de lei exigindo que provedores de nuvem e hiperescaladores compensem o tráfego gerado por seus serviços financiando diretamente a infraestrutura de telecomunicações já em março.
No entanto, o rascunho não virá antes que a Comissão Europeia conclua uma consulta pública e um questionário que questionará os provedores de nuvem e telecomunicações sobre seus planos de investimento na região, Reuters relatadocitando uma “pessoa familiarizada com o assunto”.
Esses gigantes da tecnologia são responsáveis por gerar uma quantidade considerável de tráfego. Em maio, o GMSA estimado que provedores de nuvem e hiperescaladores como Amazon, Google, Microsoft, Apple, Meta e Netflix respondem por 57% do tráfego global.
E embora as empresas de telecomunicações européias, incluindo Deutsche Telekom, Orange e Telefonica, tenham dublado apoio à regulamentação da UE, as empresas de tecnologia dos EUA recuaram, caracterizando os esforços como um imposto sobre serviços de internet, segundo a Reuters.
A questão de saber se empresas como a Amazon ou o Google deveriam pagar mais está sendo debatida com mais intensidade. Em setembro, a Associação Europeia de Operadores de Redes de Telecomunicações, ou abreviadamente ENTNO, emitiu um declaração pedindo que as grandes empresas de tecnologia paguem sua parte justa na infraestrutura da Internet.
“Acreditamos que os maiores geradores de tráfego devem dar uma contribuição justa aos consideráveis custos que atualmente impõem às redes europeias”, diz o comunicado.
No entanto, as empresas de tecnologia dos EUA não são as únicas que expressaram preocupação com a legislação proposta. em uma carta [PDF] à comissão européia no início deste mês, a associação Euro-IX de ISP expressou preocupação de que a regulamentação resultante do chamado debate “fair share” levaria inadvertidamente a custos mais altos e pior qualidade de serviço para clientes ISP na Europa.
“A experiência do cidadão em operações comerciais básicas, compartilhamento de dados, acesso a serviços em nuvem e desenvolvimento de projetos de pesquisa será impactada negativamente”, alertou a associação. “Isso pode ser visto pelas taxas obrigatórias de rescisão implementadas na Coreia do Sul, que resultaram na redução da qualidade e segurança dos serviços prestados aos usuários finais.”
A raiz dessas preocupações parece ser que, se forçadas a pagar pelo tráfego usado pelos clientes, as empresas de tecnologia rebaixariam seus serviços – por exemplo, cortando a taxa de bits do streaming de vídeo – prejudicando as experiências do cliente no processo.
O grupo também expressou preocupação de que tal movimento poderia derrubar modelos de troca de internet estabelecidos, resultando em custos mais altos para acordos de interconexão.
Embora a Euro-IX não tenha se posicionado a favor ou contra a regulamentação “fair share”, a associação pediu aos formuladores de políticas que procedam com cautela para evitar a introdução de fraqueza sistêmica na infraestrutura crítica.
Embora o projeto de lei possa estar pronto em menos de 12 semanas, a Reuters observa que os países membros da UE e os legisladores precisarão avaliar as medidas antes que sejam promulgadas. ®
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