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Na segunda-feira passada, representantes da Etiópia e da Somália desembarcaram em Ancara para tentar avançar numa solução para o conflito diplomático que vivem desde que o Governo de Adis Abeba assinou, em Janeiro, um acordo com a região separatista da Somalilândia para garantir o acesso ao mar, algo que o Governo de Mogadíscio considerou um ataque à sua soberania e expulsou o embaixador etíope do seu país. A Turquia tem grandes interesses no conflituoso Corno de África: mantém uma enorme base militar na Somália e assinou este ano um acordo estratégico pelo qual se compromete a defender as suas águas durante 10 anos e a reconstruir a Marinha da Somália em troca de direitos de exploração da pesca recursos e hidrocarbonetos subaquáticos. Ao mesmo tempo, vendeu armas à Etiópia, utilizadas contra os rebeldes de Tigray, e mantém uma certa guerra fria contra seus rivais na área: Emirados Árabes Unidos e Egito. E, apesar de estar tão envolvido, Türkiye é visto como um mediador confiável. Em Ancara, embora após 36 horas de maratona de negociações não tenha sido alcançada uma solução, as partes registaram progressos e apelaram a uma nova reunião em Setembro para discutir a proposta de acordo turca.
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