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Tuberculose submarina: um micróbio esponjoso marinho fornece informações sobre a evolução da tuberculose

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A surpreendente descoberta de uma bactéria numa esponja marinha da Grande Barreira de Corais com semelhança impressionante com Mycobacterium tuberculoseo patógeno responsável pela tuberculose (TB), pode desbloquear e informar futuras pesquisas e estratégias de tratamento da TB.

A tuberculose continua a ser uma das doenças infecciosas mais mortais do mundo, mas as suas origens M. tuberculose ainda não são totalmente compreendidas.

Em um novo estudo publicado em Patógenos PLOSa pesquisa liderada pelo Instituto Peter Doherty para Infecção e Imunidade (Instituto Doherty) detalha a bactéria recentemente identificada, Mycobacterium spongiaeencontrado em uma esponja marinha coletada perto de Cooktown, Queensland.

Frequentemente chamadas de “fábricas químicas”, as esponjas marinhas são uma fonte valiosa de compostos bioativos com potentes propriedades anticancerígenas, antibacterianas, antivirais e anti-inflamatórias. Ao estudar um espécime de esponja para suas bactérias produtoras de produtos químicos, pesquisadores da Universidade de Queensland encontraram uma bactéria que os deixou intrigados.

A amostra foi enviada ao Instituto Doherty, onde a equipe conduziu análises extensivas dos genes, proteínas e lipídios de M. esponjas. Eles descobriram que ele compartilha 80 por cento de seu material genético com M. tuberculoseincluindo alguns genes-chave associados à capacidade da bactéria de causar doenças. No entanto, os pesquisadores descobriram que, ao contrário M. tuberculose, M. esponjas não causa doenças em camundongos, o que o torna não virulento.

O Dr. Sacha Pidot, da Universidade de Melbourne, chefe de laboratório do Instituto Doherty e coautor principal do artigo, disse que foi uma descoberta importante e emocionante.

“Ficamos surpresos ao descobrir que esta bactéria é uma parente muito próxima de M. tuberculose“, disse o Dr. Pidot.

“Esta descoberta fornece novos insights sobre a evolução da M. tuberculosesugerindo que esses patógenos podem ter se originado de micobactérias marinhas.”

O professor Tim Stinear, da Universidade de Melbourne, chefe de laboratório do Instituto Doherty e coautor principal do artigo, disse que esse novo conhecimento é um importante alicerce para pesquisas futuras.

“Embora ainda haja muito trabalho a ser feito nessa área, essa descoberta é uma peça valiosa no quebra-cabeça para entender como a tuberculose se tornou uma doença tão séria”, disse o professor Stinear.

“Nossas descobertas podem ajudar a encontrar elos fracos em M. tuberculose para informar o desenvolvimento de novas estratégias, como vacinas para prevenir e combater a tuberculose.”

Os autores eram do Instituto Bio21, da Universidade de Queensland, do Instituto Pasteur, da Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido, da Universidade de Otago e do WEHI.

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