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Estudos recentes revelaram que formas leves de exercício, como ioga ou caminhada, podem melhorar o humor e melhorar a função executiva, que envolve o córtex pré-frontal do cérebro e se refere à capacidade de controlar o próprio comportamento para atingir um objetivo. No entanto, a atividade neural específica no cérebro humano que leva à melhora da função executiva durante o exercício permanece pouco compreendida devido a limitações técnicas.
Costuma-se dizer que os olhos são uma parte do cérebro e podem efetivamente refletir o estado mental de uma pessoa. Nos últimos anos, tem havido um interesse crescente em investigar as variações do tamanho da pupila, pois estão intimamente ligadas à atividade neural associada ao sistema de excitação noradrenérgica do cérebro. A pupilometria, uma técnica de medição não invasiva e sem contato, permite a avaliação da atividade neural durante o exercício aeróbico e pode servir como um indicador da atividade neural de excitação. Com base nessa premissa, uma equipe de pesquisa liderada por KUWAMIZU Ryuta e SOYA Hideaki levantou a hipótese de que mudanças no tamanho da pupila durante exercícios muito leves poderiam prever melhora na função executiva pré-frontal após uma única sessão de exercício.
Para testar essa teoria, a equipe de pesquisa pediu a um grupo de jovens adultos saudáveis que participassem de um exercício muito leve de 10 minutos, seguido de uma tarefa de função executiva. Os resultados revelaram que as pupilas dilataram durante o exercício, e a extensão da dilatação foi um indicador de uma melhora subsequente na função executiva. A atividade do córtex pré-frontal durante a tarefa de função executiva foi examinada usando espectroscopia de infravermelho próximo funcional, demonstrando um aumento na atividade do córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo, uma região associada à função executiva.
Esses resultados sugerem fortemente que o aprimoramento da função executiva pré-frontal resultante de exercícios muito leves pode ser atribuído à atividade neural ligada à pupila, especificamente à ativação do sistema de excitação noradrenérgica do cérebro. Olhando para o futuro, o diâmetro da pupila tem um potencial promissor como um novo biomarcador que pode ser usado para prever os efeitos do exercício no cérebro.
Este trabalho foi financiado em parte pela Sociedade Japonesa para a Promoção da Ciência (JSPS) 16H06405 (HS), 18H04081 (HS), 21H04858 (HS), 20J20893 (RK) e 23KJ1169 (RK); a Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia (JST) Grant JPMJMI19D5 (HS); e a Meiji Yasuda Life Foundation of Health and Welfare Grant (RK). Este trabalho também foi apoiado em parte pelas Unidades de Pesquisa Educacional Convidadas no Exterior na Universidade de Tsukuba (2016-2023) (para HS).
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