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Superando a resistência ao tratamento do câncer de cólon – Strong The One

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O câncer colorretal é um dos cânceres mais comuns. Seu tratamento é baseado principalmente na quimioterapia. No entanto, com o passar do tempo, a quimioterapia induz resistência na maioria dos pacientes, que acabam não respondendo aos medicamentos. Como resultado, a taxa de sobrevida em cinco anos para os afetados ainda é baixa. Depois de conseguir reproduzir essa resistência em laboratório, uma equipe da Universidade de Genebra (UNIGE) encontrou uma maneira de superá-la. A equipe usou uma combinação otimizada de medicamentos pertencentes à classe dos inibidores de tirosina quinase, que seguem caminhos diferentes para atacar as células cancerígenas do que a quimioterapia. Esses resultados, que podem ser encontrados na revista Câncerabrem novos caminhos para superar a resistência ao tratamento e para desenvolver novas terapias mais direcionadas do que a quimioterapia.

O câncer colorretal é o terceiro câncer mais diagnosticado no mundo e perde apenas para o câncer de pulmão em termos de mortalidade. Na maioria das vezes se desenvolve a partir dos 50 anos na parte terminal do cólon. Resulta de uma alteração no DNA de certas células presentes neste órgão. Estas células tornam-se cancerosas e proliferam de forma descontrolada até formar um tumor primário. Como em muitos cânceres, essas células podem migrar para outras partes do corpo e formar tumores secundários. Isso é conhecido como câncer metastático.

Enquanto a genética desempenha um papel no desenvolvimento da doença, a presença de doenças inflamatórias intestinais (por exemplo, doença de Crohn) e certos hábitos alimentares (álcool, carne vermelha) também são fatores de risco. No caso de tumor primário, o tratamento é baseado em cirurgia e quimioterapia. No caso de tumores secundários, baseia-se numa combinação de quimioterapias. Esses tratamentos não são direcionados e agressivos. Eles causam efeitos colaterais significativos. Eles também levam à resistência progressiva ao tratamento na maioria dos pacientes.

O fenômeno reproduzido em laboratório

Uma equipe da UNIGE liderada por Patrycja Nowak-Sliwinska, professora associada da Escola de Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Ciências da UNIGE, conseguiu estudar precisamente esse fenômeno de resistência em células cancerígenas. A equipe também descobriu uma maneira de superá-lo usando uma combinação de inibidores de tirosina quinase. As tirosina quinases permitem o transporte de um grupo fosfato para uma proteína chave para a divisão e crescimento celular. Com uma mistura específica de moléculas inibidoras, essas enzimas são “bloqueadas” e esse transporte é interrompido. A proliferação de células tumorais é então interrompida ou retardada.

Para fazer essa descoberta, a equipe da UNIGE usou linhas de células cancerígenas de diferentes pacientes. Depois de deixar essas células proliferarem em laboratório, eles as expuseram cronicamente ao FOLFOXIRI, a combinação de quimioterapia mais comum para o tratamento do câncer colorretal. ”Após cerca de 34 a 50 semanas de exposição, conseguimos obter in vitro esse fenômeno de quimiorresistência adquirida, como observamos em uma situação clínica”, explica Patrycja Nowak-Sliwinska, a última autora do estudo.

Tomando um caminho alternativo

Os cientistas notaram então que as células resistentes apresentavam uma dessensibilização da membrana plasmática, ou seja, seu envelope, que se tornou menos permeável às moléculas provenientes dos produtos quimioterápicos. Eles, portanto, não penetram ou já não penetram suficientemente dentro dessas células. Ainda dentro dessa membrana, os pesquisadores observaram uma desregulação de certos genes responsáveis ​​pelas redes de circulação lipídica, que devem ser especificadas.

“Em seguida, expusemos as células resistentes a uma combinação de inibidores de tirosina quinase previamente otimizados em nosso laboratório. Percebemos que eles tornaram possível superar essa resistência tomando outro ‘caminho’ que não o usado pelas moléculas de quimioterapia para sinalizar a célula”, diz George M. Ramzy, doutorando na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Ciências da UNIGE e primeira autora do estudo.

A equipe de pesquisa conseguiu bloquear até 82% da atividade metabólica dessas células – ou seja, seu suprimento de energia – e, assim, enfraquecê-las consideravelmente. Essa descoberta abre novos caminhos para a superação do fenômeno da resistência no câncer colorretal, responsável pela baixa sobrevida dos pacientes em cinco anos. ”Além de superar a resistência, esse tratamento tem a vantagem de atuar de forma direcionada. Sua ação é específica para células tumorais, o que não acontece com as quimioterapias, que atuam de forma agressiva em um espectro mais amplo de células”, conclui Patrycja Nowak-Sliwinska.

Fonte da história:

Materiais fornecidos por Universidade de Genebra. Nota: O conteúdo pode ser editado para estilo e duração.

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