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Um novo modelo matemático das populações de gatos do Reino Unido sugere que a castração de gatos que pertencem a pessoas não afeta apenas a dinâmica populacional de gatos com dono, mas também afeta subpopulações selvagens, perdidas e de abrigo. Jenni McDonald, da Cats Protection, e coautores apresentam essas descobertas na revista de acesso aberto PLOS UM em 12 de julho.
Mais de dez milhões de gatos vivem como animais de estimação em lares do Reino Unido, e centenas de milhares de gatos adicionais vivem em abrigos ou como gatos selvagens ou vadios. Os gatos podem fazer a transição de qualquer uma dessas subpopulações para outra. No entanto, embora muitos estudos anteriores tenham investigado a dinâmica da população de gatos, poucos foram responsáveis pela conectividade entre as subpopulações, limitando a compreensão de como certos fatores – como a castração – dentro de uma subpopulação específica também podem afetar outras subpopulações.
Para ajudar a resolver essa lacuna, McDonald e os co-autores desenvolveram um modelo matemático da dinâmica da população de gatos no Reino Unido que inclui todas as quatro subpopulações. Baseia-se em dados do mundo real para definir parâmetros relacionados a vários fatores diferentes, como taxas de sobrevivência, taxas de fertilidade, padrões sazonais de reprodução e taxas de transições entre subpopulações. Os pesquisadores então usaram o modelo para simular como a castração de gatas, bem como mudanças em outros fatores, podem afetar a dinâmica da população de gatos.
Nas simulações, a castração de gatas do sexo feminino influenciou significativamente todas as subpopulações. Taxas mais baixas de esterilização de gatos de propriedade de fêmeas levaram a um boom populacional nas outras subpopulações, especialmente para gatos vadios. As simulações também mostraram que, mesmo que as taxas de castração permaneçam as mesmas, a castração de gatas em uma idade mais jovem pode diminuir as taxas de crescimento populacional para todas as subpopulações.
Nas simulações, os fatores com maior influência na taxa geral de crescimento da população felina foram as taxas de sobrevivência e fertilidade dos gatos donos. Entre as subpopulações, os gatos vadios tiveram a segunda maior influência, seguidos pelos gatos selvagens, e os gatos de abrigo tiveram a menor influência.
Essas descobertas ressaltam a importância de considerar a natureza interligada das subpopulações de gatos e podem ajudar a informar os esforços de gerenciamento da população. Os pesquisadores observam que a disponibilidade de dados adicionais de gatos do mundo real ajudaria a melhorar a precisão de seu modelo.
Os autores acrescentam: “Antes tínhamos pouca compreensão sólida de quão importantes são as ligações entre as subpopulações de gatos. Nosso estudo mostra que a conectividade entre as subpopulações de gatos pode ter uma grande influência na dinâmica populacional”.
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