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Crédito: Revista de Produção Mais Limpa (2024). DOI: 10.1016/j.jclepro.2024.142782
Um estudo conduzido na Universidade de São Paulo (USP) investigou até que ponto a agricultura climaticamente inteligente (CSA), uma abordagem integrada que envolve métodos e práticas projetadas para tornar a agricultura mais sustentável e resiliente econômica, social e ambientalmente, afeta as emissões de gases de efeito estufa (GEE) do Brasil.
Para descobrir o quanto a CSA afeta as emissões de GEE, cientistas do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA-USP) e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP) realizaram uma revisão sistemática de artigos com medições de GEE no campo. Os resultados do estudo são relatados em um artigo publicado no periódico Revista de Produção Mais Limpa.
A investigação foi conduzida sob a égide do Centro de Pesquisa de Carbono na Agricultura Tropical (CCARBON) e do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI).
Segundo Wanderlei Bieluczyk, primeiro autor do artigo, a principal descoberta foi que “a conversão de pastagens degradadas e terras agrícolas convencionais para práticas de CSA, especialmente sistemas de produção integrados, tem potencial significativo para mitigar as emissões de GEE graças à redução nas emissões de metano entérico [CH4] por produto [per kg of beef produced, for example] e o funcionamento do solo como um CH4 afundar.”
Em entrevista à Divisão de Comunicação da ESALQ-USP, Bieluczyk também destacou a relativa escassez de dados sobre emissões de GEE medidas em campo no Brasil, “o que dificulta a extrapolação para todos os biomas brasileiros”.
Poucos pesquisadores e instituições estão trabalhando nessa área em regiões importantes do país, como o Norte e o Nordeste. Apoio à infraestrutura e financiamento para aumentar o número de estudos nessas localidades são necessários para diminuir a lacuna, acrescentou.
Ele também enfatizou a necessidade urgente de melhorias metodológicas e oportunidades de pesquisa, incluindo medições frequentes de dióxido de carbono (CO2) na fazenda.2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e sequestro de carbono em agroecossistemas, em vários sistemas climáticos inteligentes ao longo de vários anos.
“Isso permitirá cálculos confiáveis do balanço de carbono e removerá barreiras aos programas de certificação devido à falta de dados abrangentes para que os sistemas CSA possam ser incluídos no mercado de carbono e outros mecanismos de financiamento verde”, disse Maurício Roberto Cherubin, segundo autor do artigo, professor da ESALQ-USP e vice-diretor do CCARBON.
Os resultados são importantes para refinar o inventário nacional de GEE, servindo como evidência científica do potencial de soluções baseadas na natureza e para apoiar novas políticas, projetos e investimentos no Brasil, concluiu.
Mais informações:
Wanderlei Bieluczyk et al, Fluxos de gases de efeito estufa em sistemas agrícolas e pecuários climáticos inteligentes no Brasil: uma visão geral sistemática e crítica, Revista de Produção Mais Limpa (2024). DOI: 10.1016/j.jclepro.2024.142782
Citação: Sistemas agrícolas sustentáveis reduzem as emissões de gases de efeito estufa, confirmam pesquisadores (2024, 28 de agosto) recuperado em 28 de agosto de 2024 de https://phys.org/news/2024-08-sustainable-agricultural-greenhouse-gas-emissions.html
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