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Muitas doenças comuns, como a arteriosclerose e a diabetes, ou doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, estão associadas a processos inflamatórios. Obter uma melhor compreensão destes processos é, portanto, um passo importante para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas. Células imunes específicas conhecidas como neutrófilos desempenham um papel decisivo no início e manutenção de processos inflamatórios no sangue e nos tecidos. No decorrer de sua ativação, esses neutrófilos já começam a liberar mensageiros pró-inflamatórios nos vasos sanguíneos, sinalizando ao organismo que o sistema imunológico deve redobrar esforços.
Uma equipe liderada pelo professor Markus Sperandio do Instituto de Fisiologia e Fisiopatologia Cardiovascular da LMU descobriu agora os mecanismos moleculares pelos quais os neutrófilos liberam certos mensageiros conhecidos como alarminas em uma fase muito inicial da resposta imunológica.
Como relatam os pesquisadores na revista Imunologia da Natureza, a liberação dessas alarminas do interior celular ocorre através dos poros da gasdermina D na membrana celular dos neutrófilos, que são formados pela ativação do chamado inflamassoma NLRP3. Já se sabia que as células imunológicas podem formar esses poros após longos períodos de ativação. No entanto, a equipa da LMU, apoiada por parceiros na Alemanha e na Suíça, conseguiu agora demonstrar pela primeira vez que a formação de poros e a libertação de alarmina ocorrem na circulação sanguínea e não apenas mais tarde no tecido.
Formação de poros rápida e reversível
A equipe de pesquisa também descobriu que o processo não é apenas rápido, mas também reversível. Ou seja, os neutrófilos podem remover novamente os poros formados em questão de minutos. Isto evita a morte celular que de outra forma ocorreria, como é frequentemente observado após a ativação do inflamassoma NLRP3 e subsequente formação de poros.
A pesquisa amplia assim nosso conhecimento sobre como funciona o inflamassoma NLRP3 e abre a possibilidade de influenciar terapeuticamente os processos inflamatórios em um estágio muito inicial, através da modulação dos mecanismos envolvidos na liberação de alarmina.
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