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Os agricultores algarvios lamentaram ontem o “atraso inesperado” na publicação da flexibilização de 25% para 13% das restrições ao consumo de água para fins agrícolas na região, aprovada na semana passada.
Em declarações à Lusa, o presidente da Associação dos Beneficiários do Plano de Rega do Sotavento Algarfeo, Macário Correa, considerou este um “atraso inesperado” para que uma questão “urgente” seja resolvida.
“Cada dia que passa é menos um dia que temos para tomar decisões e organizar a nossa vida, e é completamente razoável tomar uma decisão”, afirmou o antigo presidente da Câmara de Faro e Tavira.
Um alívio das restrições ao consumo de água no Algarve foi aprovado em Conselho de Ministros na semana passada, mas os agricultores ainda aguardam que os métodos e a escala desta redução sejam publicados no jornal Diário da República.
Depois de reverter a decisão do governo anterior, o novo executivo atualizou em 22 de maio as restrições ao consumo de água no Algarve, que passaram de 25% para 13% na agricultura e de 15% para 10% no setor urbano.
“A reunião foi anunciada há cerca de um mês […] Medidas, depois há o Gabinete [na passada sexta-feira] “Quem tratou disto”, mas “até agora não tivemos nenhuma ação formal reportada”, lamentou.
Também em declarações à Lusa, João García, presidente da Associação de Regantes e Beneficiários de Silves, Lagoa e Portimão, destacou que os irrigantes do Barlavento Algarve também aguardam a publicação do alívio das restrições ao consumo de água para fins agrícolas no Algarve já anunciado para o governo.
Este dirigente agrícola manifestou ainda a esperança de que a transferência de água da Barragem do Funcho para a Barragem de Arad, em Silves, iniciada terça-feira pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), vá ao encontro “dos anseios dos irrigantes”.
O responsável explicou: “Solicitámos uma quantidade de água de cinco hectares cúbicos e precisávamos urgentemente de algum tempo, porque a Barragem de Arad está nos níveis mais baixos”.
Segundo João Garcia, “a APA iniciou na terça-feira a implementação do processo de transferência, aguardando a quantidade considerada necessária para realizar a rega”.
Ele ressaltou: “Ainda não sabemos quanto espaço temos na Barragem de Arad para irrigação, mas acreditamos que serão os cinco hectares cúbicos que solicitamos”.
Segundo o responsável pela irrigação, Silves, com o transporte, “o problema está por enquanto resolvido”, e assim os agricultores sabem “as quantidades de água que estarão disponíveis para irrigação”.
Em 5 de fevereiro, o governo de António Costa emitiu um decreto de alerta de seca na região, mas no final de maio o atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou um alívio das restrições à agricultura e ao setor urbano, onde se inclui o turismo. .
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