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A Rússia foi a única nação a vetar a renovação anual de um painel de especialistas que monitoriza a aplicação de sanções de longa data da ONU contra a Coreia do Norte devido às suas actividades de armas nucleares e mísseis balísticos.
O bloqueio ocorre no momento em que os EUA acusam Pyongyang de transferir armas para o Kremlin, que a Rússia usou no Guerra da Ucrânia.
Ambos os países negaram as acusações, mas disseram que havia um desejo de fortalecer as relações militares no ano passado.
Vladímir Putin e Kim Jong Un reuniram-se no Cosmódromo Vostochny, na Rússia, em Setembro, quando o líder norte-coreano prometeu seu apoio a Moscou para “lutar contra o imperialismo”.
Kim também disse estar “convencido” de que o “heróico exército russo” triunfaria na sua guerra com a Ucrânia – um conflito a que ele se referiu pelo termo preferido do Kremlin de “operação militar especial”.
A China absteve-se na votação de quinta-feira, enquanto os restantes 13 membros do conselho – incluindo assentos permanentes no Reino Unido, EUA e França – votaram todos a favor da renovação do grupo de especialistas que monitorizou E sanções nos últimos 15 anos.
O mandato do atual painel expira em 30 de abril de 2024.
O veto ocorre quase uma semana depois A Prefeitura de Crocus, em Moscou, foi atacadadeixando mais de 140 mortos.
Em resposta à decisão da Rússia, Robert Wood, vice-embaixador dos EUA na ONU, disse: “Moscovo minou a perspectiva de uma resolução pacífica e diplomática de uma das questões de proliferação nuclear mais perigosas do mundo”.
O embaixador da Coreia do Sul na ONU, Joonkook Hwang, disse: “Isso é quase comparável a destruir um CCTV para evitar
ser pego em flagrante.”
Entretanto, o embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, disse ao conselho antes da votação que as nações ocidentais estavam a tentar “estrangular” a Coreia do Norte e as sanções revelaram-se “irrelevantes” e “desligadas da realidade” ao limitar a sua missão nuclear.
O Sr. Nebenzia criticou a monitorização anterior dos peritos, dizendo que eles estavam a “fazer o jogo” do Ocidente ao adoptarem estratégias tendenciosas.
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O veto não altera as sanções, que continuam em vigor.
A Coreia do Norte tem estado sob várias sanções do Conselho de Segurança da ONU desde 2006, incluindo a proibição do comércio de armas e equipamento militar e o congelamento de bens de pessoas envolvidas em atividades nucleares.
No entanto, o Estado totalitário não desnuclearizou e nem sequer prometeu aumentar o estoque de armas nucleares do país este ano.
O relatório mais recente dos monitores investigou dezenas de supostos ataques cibernéticos cometidos pela Coreia do Norte, que arrecadaram 3 mil milhões de dólares (2,375 mil milhões de libras) para ajudar o país a desenvolver ainda mais o seu programa de armas nucleares.
Pyongyang negou anteriormente acusações de hackers ou outros ataques cibernéticos.
A divisão geopolítica é evidente, uma vez que a China e a Rússia afirmaram que os exercícios militares conjuntos dos EUA e da Coreia do Sul provocaram a Coreia do Norte, enquanto os EUA culparam os seus acusadores de encorajarem Pyongyang, protegendo-a de mais sanções.
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