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Um novo white paper divulgado pela empresa de proteção de marca Corsearch mostra que metade de todos os sites piratas sinalizados usam os serviços da Cloudflare. A empresa de infraestrutura de Internet claramente se destaca e deve fazer mais para resolver o problema, sugere o relatório. Banir domínios removidos ou rebaixados pelo Google pode ser um bom começo, observa Corsearch.
O popular serviço de infraestrutura de Internet Cloudflare sofreu muita pressão dos detentores de direitos autorais nos últimos anos.
A empresa oferece seus serviços para milhões de sites. Isso inclui multinacionais, governos, mas também alguns dos principais sites piratas do mundo.
Esses sites provaram ser uma grande dor de cabeça para a empresa de tecnologia com sede em São Francisco. Idealmente, no entanto, a empresa prefere não ser o árbitro de qual conteúdo é permitido e o que não é.
O dilema da curadoria
A empresa reiterou sua posição há alguns meses. Para se proteger das crescentes demandas de remoção, incluindo censura simples, a Cloudflare disse que não encerraria mais os clientes sem uma ordem judicial.
Poucos dias depois de adotar essa abordagem rígida, a Cloudflare inverteu sua posição. Citando uma ameaça imediata à vida humana, o CEO Matthew Prince justificou o bloqueio do acesso ao polêmico site da Kiwi Farms.
Não há dúvida de que as ameaças de morte estão em uma liga própria, mas os detentores de direitos autorais também gostariam de ver mais cooperação da Cloudflare. Esta chamada é apoiada por um relatório recente da empresa de proteção de marca Corsearch.
A Corsearch não é estranha a questões de direitos autorais. A empresa trabalha com vários dos maiores detentores de direitos e sua subsidiária Incopro produziu uma grande quantidade de pesquisas sobre pirataria, algumas em colaboração com governos. Nesse caso, a pesquisa se concentra na Cloudflare.
Whirepaper: Cloudflare e sites piratas
O teor geral do whitepaper é que, quando comparado a outros intermediários, o Cloudflare parece estar vinculado a uma porcentagem relativamente alta de sites de torrent. De todos os sites sinalizados pela Corsearch, que também foram rebaixados pelo Google, metade usa o serviço CDN da Cloudflare.
“Cloudflare não é o host desses sites. No entanto, o host não é facilmente identificável e o Cloudflare está mais intimamente associado a 49% dos sites notificados para exclusão pela Corsearch”, observa o relatório.

Não há como negar que a Cloudflare se destaca, mas vale ressaltar que a empresa não é um provedor de hospedagem, como os outros da lista. Além do Cloudflare, esses sites piratas também podem usar os serviços da Amazon ou do Google, mesmo que isso não seja imediatamente visível.
Além dos sites piratas, o relatório também vincula o Cloudflare ao registro de marcas. Novamente, é o intermediário online mais comum para esses pontos de venda.
Tecnicamente, a Cloudflare não pode colocar esses sites offline, pois eles estão hospedados em outro lugar. No entanto, a Corsearch acredita que a empresa poderia e deveria fazer mais para enfrentar o problema da pirataria. E tem algumas ideias sobre por onde começar.
“A Cloudflare está posicionada de forma única para fazer mais para proteger os detentores de direitos e suprimir substancialmente o flagelo da pirataria e falsificação online”, diz o relatório.
“Estamos pedindo à Cloudflare que faça mais para apoiar os proprietários de direitos implementando voluntariamente certas medidas. Essas medidas são razoáveis, proporcionais e, se adotadas pela Cloudflare, terão um impacto significativo.”
Recomendações
O Corsearch não tem apenas um, mas toda uma lista de sugestões para o provedor CDN. A maioria deles se resume ao encerramento de serviços para sites que outros consideram infratores. Esses incluem o seguinte;
– Cloudflare deve encerrar contas de sites rebaixados ou desindexados pela pesquisa do Google.
– A Cloudflare deve retirar os serviços de qualquer site que seja considerado ilegal por um órgão de aplicação da lei reconhecido ou pela ‘Lista de sites infratores’ (IWL).
– A Cloudflare deveria banir sites que estão na lista anual de mercados notórios do Representante de Comércio dos EUA.
– Cloudflare deve parar de trabalhar com sites que são adicionados à lista de observação de falsificações e pirataria da União Europeia.
O que pode dar errado?
Embora seja compreensível que os detentores de direitos queiram que a Cloudflare faça mais, essas sugestões também têm seus próprios problemas. O IWL, por exemplo, é privado e não pode ser escrutinado pelo público. Conforme relatado recentemente, isso inclui domínios de organizações como GitHub, Blogspot e uma universidade portuguesa.
As listas Notorious Market do USTR e a Piracy Watchlist da UE também têm várias entradas que merecem algumas nuances. Isso inclui o chinês Wechat, que tem mais de um bilhão de usuários, bem como a maior plataforma de mídia social da Rússia, VK.
Até recentemente, o USTR até listava as lojas online estrangeiras da Amazon como “mercados notórios”. Isso significa que eles não devem ser autorizados a operar?
Dados os comentários anteriores da Cloudflare, parece improvável que a empresa comece a banir contas a torto e a direito. Dito isto, a Corsearch também tem algumas outras sugestões que podem ser mais realistas.
O relatório propõe uma política robusta de “Conheça Seu Cliente”, por exemplo. Além disso, exige um relatório de transparência abrangente em que a Cloudflare divulgue quais nomes de domínio são sinalizados pelos detentores de direitos e com que frequência.
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