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Partículas poluentes no ar perto de algumas unidades de saúde excedem os limites da OMS

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A concentração de partículas de dióxido de azoto, poluentes atmosféricos, perto de algumas unidades de saúde de Lisboa, Porto e Coimbra, ultrapassa os valores máximos recomendados pela Organização Mundial de Saúde, segundo medições realizadas pela associação Ambiente Zero.

Em declarações à Lusa, Susana Migues, da Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, explicou que a legislação nacional “não é tão ambiciosa” como as recomendações da OMS, e destacou os efeitos da poluição atmosférica na saúde, pois pode agravar doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais . E câncer de pulmão. E doenças respiratórias.

“Os idosos, as pessoas com doenças respiratórias, as grávidas e as crianças são particularmente vulneráveis ​​a este tipo de contaminação e, ao mesmo tempo, estão entre os grupos mais visitados pelos hospitais e outras unidades de saúde”, afirma Zero num relatório que irá ser lançado na terça-feira – justo. Nestas populações, sublinha a associação, “a exposição de curta duração (horas ou dias) à poluição atmosférica pode ser particularmente prejudicial”.

Mediu-se zero níveis de partículas finas inaláveis ​​(PM10 e PM2,5), associadas ao aumento da morbilidade e mortalidade, bem como de dióxido de azoto (NO2) em cinco unidades de saúde de Lisboa, Coimbra e Porto, cidades que apresentam maior qualidade do ar problemas a nível nacional.

As unidades selecionadas foram o Instituto Português de Oncologia, no Porto, a Unidade de Saúde Familiar Norton de Matos, em Coimbra, e o Hospital CUF Descupertas, Hospital Pulido Valiente e Unidade de Saúde Familiar Almirante, em Lisboa.

“Foram observados alguns casos de não cumprimento dos valores recomendados [pela OMS] Em todos os locais onde esta campanha foi implementada, os dados mostram que as zonas envolventes destas unidades de saúde “sofrem de problemas de qualidade do ar”, explicou Susana Migues.

Tendo em conta que a qualidade do ar nas zonas urbanas é “principalmente afetada pelo transporte rodoviário”, a Zero sugere que as autoridades tomem medidas para reduzir o trânsito nas proximidades das unidades sanitárias, tendo em conta que tais instalações são habitualmente frequentadas por pessoas com problemas de saúde, e por isso estão mais em risco. quebrável.

No Porto, o fator PM10 “supera ligeiramente” o valor recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Quanto aos restantes poluentes em estudo, não foram registadas ultrapassagens dos valores limite.

Em Coimbra, os resultados respeitaram os valores especificados na legislação nacional, mas no que diz respeito às recomendações da OMS, registaram-se concentrações médias superiores às recomendadas nas PM2,5 e no dióxido de azoto (NO2).

Na CUF Descobertas, em Lisboa, foram por diversas vezes ultrapassados ​​os valores limites diários recomendados pela Organização Mundial de Saúde para os parâmetros PM2,5 e NO2.

Nas duas campanhas de monitorização no Hospital Pulido Valiente, realizadas em locais diferentes, observou-se uma “grande variação” entre as concentrações médias registadas, destacando-se a “influência decisiva das condições locais”, refere o estudo.

Embora em ambos os locais tenha sido verificado o cumprimento da legislação vigente, o segundo local de medição (com maior influência no tráfego de veículos) apresentou valores superiores aos recomendados pela OMS.

“A superação dos valores-limite diários recomendados pela Organização Mundial da Saúde evidencia desafios significativos que ainda precisam de ser superados para garantir a qualidade ideal do ar e proteger a saúde pública”, afirma Zero no documento final do estudo.

O estudo identifica algumas boas práticas, como ventilação adequada, promoção do uso de transporte público, orientações e procedimentos específicos para pacientes com doenças respiratórias crônicas e acalmação do trânsito no entorno das unidades de saúde.

Para reduzir o trânsito na zona envolvente, propõe-se estabelecer um sistema de transporte contínuo entre as unidades de saúde e as estações/estações centrais de transporte público próximas, além de ampliar o número de postos de carregamento elétrico e adotar a eletrificação dos veículos na área da saúde. Frotas de unidade.

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