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por Michalis Hadjikakou, Carla Archibald, Özge Geyik e Pankti Shah, A Conversa

Crédito: The Conversation
Você pode pensar que comer de forma mais sustentável requer mudanças drásticas, como mudar para uma dieta vegana. Embora uma dieta baseada em vegetais seja inegavelmente boa para a Terra, nossa nova pesquisa mostra que mudanças modestas em seus hábitos alimentares também podem ter benefícios ambientais significativos.
Avaliamos como os produtos alimentícios nas prateleiras dos supermercados australianos se comparam a indicadores ambientais importantes, como emissões de carbono e uso de água.
Descobrimos que trocar os alimentos mais prejudiciais ao meio ambiente por opções mais sustentáveis dentro do mesmo grupo alimentar, como trocar hambúrgueres de carne bovina por hambúrgueres de frango, pode reduzir significativamente as emissões de carbono — em até 96% em alguns casos.
A última coisa que queremos fazer é tirar o prazer de comer. Em vez disso, queremos ajudar os consumidores a fazer mudanças alimentares realistas que também ajudem a garantir um futuro sustentável. Então continue lendo para descobrir quais trocas simples de alimentos podem melhor atingir isso.
Informando dietas sustentáveis
O impacto ambiental dos alimentos pode ser estimado usando uma abordagem conhecida como avaliação do ciclo de vida.
Isso envolve identificar os “insumos” necessários ao longo da cadeia de suprimento de alimentos, como fertilizantes, energia, água e terra, e rastreá-los da fazenda à mesa. A partir disso, podemos calcular a “pegada” de um produto — ou impacto ambiental por quilo de produto — e compará-la a outros alimentos.
A maioria dos estudos sobre pegadas ambientais foca nos ingredientes crus que compõem os produtos alimentícios (como carne bovina, trigo ou arroz) em vez dos produtos embalados que as pessoas veem nas prateleiras (como salsichas de carne bovina, macarrão ou biscoitos de arroz). Dos estudos que focam em alimentos embalados, a maioria considera apenas uma fração dos produtos disponíveis aos consumidores.
Além disso, muitas pesquisas consideram apenas as emissões de carbono de produtos alimentícios, excluindo outras medidas importantes, como o uso de água. E alguns estudos usam pegadas ambientais médias globais, que variam significativamente entre os países.
Nossa pesquisa se propôs a superar essas limitações. Alinhamos as pegadas ambientais com os produtos que as pessoas encontram nas prateleiras dos supermercados e cobrimos uma grande variedade de alimentos e bebidas disponíveis na Austrália. Também incluímos muitos indicadores ambientais para permitir uma imagem mais completa da sustentabilidade de diferentes alimentos.
O que fizemos
A chave para nossa pesquisa foi o banco de dados FoodSwitch, que compila dados de rotulagem e ingredientes de alimentos a partir de imagens de alimentos e bebidas embalados. Ele cobre mais de 90% do mercado australiano de alimentos embalados.
Combinamos o banco de dados com um método matemático que soma o impacto ambiental dos ingredientes para quantificar a pegada do produto como um todo.
A partir disso, estimamos a pegada ambiental de 63.926 produtos alimentícios disponíveis em supermercados australianos. Em seguida, simulamos os benefícios potenciais de fazer trocas “realistas” entre produtos — ou seja, trocas dentro da mesma categoria de alimentos.
Nossas descobertas
Os resultados mostram como fazer uma pequena mudança na dieta pode ter grandes consequências ambientais.
Para uma cesta de compras composta por itens de oito grupos alimentares, simulamos os benefícios de trocar produtos alimentícios de alto impacto por produtos de médio ou baixo impacto.
Nossa análise parte dos produtos mais prejudiciais ao meio ambiente em cada grupo alimentar — por exemplo, biscoitos doces, queijo e hambúrgueres de carne bovina.
Uma mudança para alimentos de impacto médio para todos os oito itens — como um muffin, iogurte e carne fatiada — pode levar a uma redução de pelo menos 62% no impacto ambiental. Mudanças para a escolha mais sustentável para todos os itens — pão, leite de soja ou aves cruas — podem atingir uma redução mínima de 77%.
Essa análise termina nas prateleiras do supermercado e não inclui processamento adicional de alimentos pelo consumidor. Por exemplo, carne crua geralmente será cozida antes do consumo humano, o que expandirá sua pegada ambiental em graus variados, dependendo do método usado.
Veja o infográfico acima para mais detalhes. Os resultados completos estão disponíveis em nosso estudo.
Qual o proximo?
Muitas pessoas estão buscando maneiras de viver de forma mais sustentável. Informações insuficientes ou complexas podem alimentar confusão e ansiedade nos consumidores, levando à inação ou paralisia. Os consumidores precisam de mais informações e suporte para escolher alimentos mais sustentáveis.
Supermercados e varejistas também têm um papel importante a desempenhar — por exemplo, dando aos produtos sustentáveis um lugar de destaque nas prateleiras. Preços atrativos também são cruciais — particularmente em meio a uma crise de custo de vida, quando pode ser difícil priorizar a sustentabilidade em vez do custo.
Intervenções governamentais, como campanhas de informação e impostos sobre produtos de alto impacto, também podem ajudar.
A rotulagem de alimentos também é importante. A União Europeia está liderando o caminho com medidas como o eco-score, que integra 14 indicadores ambientais em uma única pontuação de A a E.
Aplicativos como o ecoSwitch também podem empoderar os consumidores.
As dietas de pessoas em nações desenvolvidas como a Austrália exercem um alto pedágio em nosso planeta. Escolhas alimentares mais sustentáveis são vitais para alcançar um futuro sustentável para a humanidade. Esperamos que nossa pesquisa ajude a dar início a uma mudança positiva.
Fornecido por The Conversation
Este artigo foi republicado do The Conversation sob uma licença Creative Commons. Leia o artigo original.
Citação: Quão sustentável é sua compra semanal de supermercado? Essas pequenas mudanças podem ter grandes benefícios (2024, 16 de julho) recuperado em 16 de julho de 2024 de https://phys.org/news/2024-07-sustainable-weekly-grocery-small-big.html
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