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A Rússia alimentou tensões no Médio Oriente ao exigir que o Irão evite baixas civis enquanto considera a sua resposta ao alegado assassinato por Israel de um líder terrorista do Hamas – em vez de instar o Irão a evitar directamente a escalada.
“O desejo de Putin de minimizar as baixas civis israelenses é movido pelo pragmatismo”, explicou Rebecca Kovler, estrategista de inteligência militar e autora de “The Putin Guide”, à Strong The One.
“Existem agora 1,2 milhões de imigrantes russos e ex-soviéticos vivendo em Israel, um grande grupo de expatriados com famílias na Rússia que Putin gostaria de devolver à sua ‘pátria’”, disse Kovler.
O presidente russo, Vladimir Putin, pediu ao líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, que respondesse de maneira disciplinada quando Israel, que Teerã considera responsável pelo assassinato de Ismail Haniyeh em Teerã, for atacado.
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Os líderes iranianos comprometeram-se a responder, dizendo aos diplomatas árabes no sábado que não se importavam se a resposta conduzisse à guerra, segundo o Wall Street Journal.
Os Estados Unidos pediram aos governos parceiros na Europa e noutros lugares que transmitissem uma mensagem ao Irão para não aumentar as tensões, sublinhando que qualquer grande ataque provocaria uma reacção e que os esforços do novo Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, para melhorar as relações com o Ocidente serão melhor recebidos. se o Irã mostrar moderação, de acordo com o relatório.
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Mas Putin simplesmente pediu ao Irão que respondesse com ponderação, segundo a Reuters. O secretário do Conselho de Segurança russo, Sergei Shoigu, transmitiu esta mensagem na segunda-feira, numa reunião com altos funcionários iranianos.
Duas fontes familiarizadas com a reunião disseram à Reuters que o Irã também instou a Rússia a entregar os caças Sukhoi Su-35. Eles não tinham mais detalhes a fornecer sobre o encontro com Shoigu, mas enfatizaram que a Rússia pediu moderação de várias maneiras, embora reconhecesse que o assassinato foi um “assassinato muito sério”.
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O clima dentro do Irão permanece misto, uma vez que o governo quer responder a um ataque tão flagrante ao líder do Hamas dentro das fronteiras do país, bem como aos receios de um conflito mais amplo que irrompa na região, que está à beira do abismo há vários meses.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, visitou Teerão na sua primeira visita ao Irão desde 2005, mas não obteve o efeito desejado – mesmo depois de ter dito aos líderes que o seu país não permitiria que mísseis iranianos passassem pelo espaço aéreo jordaniano, informou o Jerusalem Post.
O jornal The Guardian indica que o Irão sente a obrigação de punir Israel pela morte de Haniyeh, e até convocou uma reunião da Organização de Cooperação Islâmica na quarta-feira, onde fará valer o seu direito à vingança.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse a repórteres na segunda-feira que Washington instou os países a convencerem o Irã “de que não é do seu interesse lançar outro ataque a Israel”.
Landon Munn, da Strong The One, contribuiu para este relatório.
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