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Vlad desafia com um olhar e um sorriso malicioso. Ele tem apenas 25 anos e já afirma, sem rodeios, que é mercenário. Peça cigarros em troca de uma entrevista. “Eles só trazem os da Cruz Vermelha quando vêm para cá.” Na falta de tabaco, ele acaba se contentando com um chiclete de menta. Ele é um dos poucos prisioneiros que aceita falar durante uma visita do EL PAÍS ao maior dos três centros de prisioneiros de guerra russos na Ucrânia. Situado a oeste – as autoridades pedem que a localização e o número de reclusos não sejam revelados por razões de segurança – alberga várias centenas de homens capturados pelo exército ucraniano na frente. Todos tinham uma vida melhor ou pior antes de a Rússia invadir a Ucrânia em Fevereiro de 2022. Agora, a sua existência limita-se a esperar para serem incluídos numa das trocas de prisioneiros com que os dois países em guerra esporadicamente concordam e regressar a casa. Até agora, Kiev devolveu 3.405 prisioneiros de guerra e Moscovo devolveu 3.205, segundo dados oficiais.
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