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Portugal adere ao projeto de utilização de hidrogénio verde nos transportes públicos

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Um projeto que visa aproveitar a produção de energia fotovoltaica excedentária para gerar hidrogénio verde para utilização nos transportes públicos será desenvolvido em Portugal com um investimento superior a 1,6 milhões de euros, foi ontem anunciado.

Aprovado no âmbito da primeira convocatória do Programa Interreg Sudoe 2021-2027, o projeto chama-se SharedH2 – Sudoe, e é cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

A iniciativa é coordenada pelo Instituto Tecnológico de Castela e Leão (Espanha) e o consórcio em causa inclui outros parceiros espanhóis, bem como de França e de Portugal, nomeadamente a AreanaTejo – Agência Regional de Energia e Ambiente do Norte Alentejano e Tejo e Agência Regional de Energia da Alta Extremadura (ENERDURA).

A AereanaTejo anunciou em comunicado que o projeto deverá estar concluído no final de 2026 e que um dos principais objetivos é “promover e validar” a utilização do hidrogénio verde ou renovável para utilização na transição para os transportes públicos.

Diamantino Conceição, da AreanaTejo, explicou hoje à Lusa que o objetivo, no âmbito da parceria, é “avaliar” os excedentes nas comunidades energéticas, nomeadamente de produção de energia fotovoltaica, e “estudar até que ponto é viável” produzi-los. Hidrogénio verde, para que possa ser utilizado e armazenado no setor dos transportes.

Segundo o mesmo responsável, o projecto será desenvolvido em Portugal através de duas componentes, onde a ENERDURA será responsável por analisar os dados relativos à utilização de autocarros a hidrogénio, a quantidade necessária para realizar viagens, o número de utilizadores e determinar o limite de viabilidade para passageiros. E as distâncias percorridas em comparação com os ônibus tradicionais.

Continuou que a AreanaTejo “vai analisar esses dados”, além de analisar se é “viável, além de transportar passageiros, [aplicar o uso de hidrogénio verde aos] Veículos de recolha de resíduos sólidos urbanos.

Segundo Diamantino Conceição, a AreanaTejo terá também um “laboratório vivo para demonstrar a potencial viabilidade destas soluções”.

A iniciativa a desenvolver pela AreanaTejo conta com a participação dos municípios de Arranche, Aves, Gavião, Ponte di Sor, Portalegre, Castelo de Vide, Campo Mayor, Elvas, Monforte, Alter do Chão, Socil, Frontera e Crato, com exceção deste projecto dos municípios de Nisa e Marvão.

“Na região de Portalegre, 13 dos 15 municípios participam neste projeto e estes municípios serão responsáveis ​​pela recolha e análise de dados”, acrescentou Diamantino Conceição, enquanto em Leiria a ENERDURA está “a fazer a sua parte”.

O projeto irá, portanto, aprofundar o conhecimento técnico e científico do setor e testar soluções através do desenvolvimento de procedimentos piloto de geração de hidrogénio renovável a partir de energia fotovoltaica para implementação em setores como o dos transportes.

Segundo a AreanaTejo, em Espanha, o piloto no âmbito do projeto inclui uma comunidade energética, promovida pelo município de Bembibre, com instalação de energia fotovoltaica para autoconsumo do próprio município, PME e cidadãos.

Em França, o piloto inclui uma comunidade energética, promovida pelo Campus Bidart da Escola Superior de Engenharia da ESTIA, com uma instalação fotovoltaica para alimentar uma frota de bicicletas a hidrogénio, segundo o comunicado.

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