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Por pelo menos 200.000 anos, os humanos vêm tentando entender seus ambientes e se adaptar a eles. Às vezes, conseguimos; muitas vezes, não temos. Quando erramos – por meio de exacerbações antropogênicas que levam ao Dust Bowl e ao crescimento da zona morta no Golfo do México – os resultados podem ser desastrosos. No entanto, tanto no sucesso quanto no fracasso, os humanos podem aprender com nossos experimentos anteriores e se adaptar.
“Nossa capacidade de responder a um desastre futuro é tão boa quanto nossa capacidade de lembrar os desafios passados e nos preocupar com o futuro”, explica Stefani Crabtree, membro da Complexidade do Instituto Santa Fe (Universidade Estadual de Utah). Crabtree é o principal autor de um novo estudo, “Por que as práticas sustentáveis muitas vezes são ilusórias? O papel do fluxo de informações no gerenciamento de interações humano-ambiente em rede”, publicado na revista Mudança Ambiental Global.
No estudo, Crabtree liderou uma equipe de pesquisadores que surgiu do grupo de trabalho ArqueoEcologia da SFI. Seu objetivo era medir como as limitações espaciais, temporais, cognitivas e culturais afetam a compreensão humana de seus ambientes. O grupo, que é financiado pela Coalition for Archaeological Synthesis, é composto por especialistas de arqueologia, antropologia, ecologia, informática e outras ciências.
Os autores investigam dados arqueológicos e históricos de “experimentos concluídos” da história para analisar como a informação flui dos ecossistemas para as sociedades que os habitam. O modelo conceitual resultante, chamado Environmental Information Flow and Perception (EnIFPe), foi baseado em estudos de caso na Polinésia Oriental, no Atlântico Norte e no Sudoeste Americano. O modelo produz uma medida quantitativa do fluxo de informações que pode ajudar a distinguir quando as decisões têm uma base sólida no conhecimento ambiental versus quando é um tiro no escuro.
“De todas as ciências sociais, a arqueologia é única em sua amplitude e intervalo de tempo”, diz Jeff Altschul, presidente da Coalition for Archaeological Synthesis, que financiou a pesquisa. “Como tal, ele pode detectar sinais no comportamento humano que outras ciências com alcance histórico superficial não conseguem”.
A pesquisa fornece uma estrutura para avaliar como as sociedades – tanto no passado quanto no presente – interagem com seus ambientes para o bem ou para o mal. Essa estrutura pode orientar a tomada de decisões ambientais, enfatiza Jennifer Dunne, autora colaboradora e vice-presidente de ciências da SFI. Com questões ambientais atuais, como mudanças climáticas, pandemias e perda de biodiversidade, as descobertas do estudo são relevantes para questões de sustentabilidade e administração, tanto local quanto globalmente.
“Sociedades que se lembram de informações ecológicas tendem a se adaptar melhor”, conclui Crabtree. “Precisamos estar cientes dos limites de nossa compreensão para que possamos tomar melhores decisões e evitar catástrofes.”
Fonte da história:
Materiais fornecidos por Instituto Santa Fé. Nota: O conteúdo pode ser editado para estilo e duração.
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