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Plantando cactos gigantes para evitar a desertificação no Brasil

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Alcides Peixinho Nascimento walks through his plantation of mandacaru

Alcides Peixinho Nascimento walks through his plantation of mandacaru.

Cactos espinhosos gigantes se erguem sobre o fazendeiro Alcides Peixinho Nascimento, 70 anos, um dos moradores do bioma Caatinga, no Brasil, que tem a missão de plantar vegetação nativa para tentar deter a desertificação.

“Na ausência de leis, cabe a nós agir”, disse Nascimento, que tenta regenerar suas terras plantando mandacaru, um cacto emblemático da região que chega a atingir seis metros de altura.

A Caatinga se estende por dez estados do Nordeste, uma área única com uma tapeçaria de arbustos espinhosos, árvores retorcidas e suculentas adaptadas às condições semiáridas.

Sua situação atrai pouco interesse em comparação à exuberante Amazônia, mas a vegetação dessa floresta seca desempenha um papel fundamental na absorção de emissões de carbono e está desaparecendo rapidamente.

A ONG MapBiomas relata que perdeu 40% de sua superfície original devido à agricultura, mineração e instalação de parques eólicos.

É na Caatinga, que vem enfrentando períodos de seca cada vez mais severos, que cientistas identificaram recentemente a primeira zona árida do Brasil.

“Preservar a Caatinga é manter a terra viva”, disse o agricultor Nascimento.

As comunidades estão adotando vários métodos agrícolas sustentáveis ​​para garantir sua sobrevivência.

Os cactos resistentes à seca de Nascimento produzem frutos que podem alimentar animais e humanos, além de proteger o solo do clima extremo.

Vista aérea de cabras à beira de uma estrada em Pinhões, Bahia, Brasil, em 12 de junho de 2024

Vista aérea de cabras na beira da estrada em Pinhões, Bahia, Brasil, em 12 de junho de 2024.

Seus espinhos repelem predadores e geralmente são plantados ao redor de outras culturas e espécies nativas.

O excesso de produção de mandacaru é vendido para uma marca francesa de cosméticos para fazer cremes e sabonetes.

‘Guardiões da Caatinga’

Luiz Almeida Santos, da ONG agrícola local IRPAA, disse que a Caatinga está sendo preservada em áreas onde vivem “comunidades tradicionais” que adotam práticas agrícolas sustentáveis.

“Eles são os guardiões da Caatinga”.

Um estudo recente previu que nove em cada 10 espécies de fauna e flora da Caatinga poderão desaparecer até 2060.

O IRPAA também ensina as comunidades locais como prolongar a sua água para durar durante uma seca severa.

Em sua terra no norte da Bahia, Maria Gonçalves dos Santos, 60 anos, mostra como a água da chuva é coletada e armazenada em uma cisterna.

“Aqui, toda a água é reutilizada”, ela disse. A água residual é filtrada e usada para regar pastos de animais.

Um tanque de armazenamento de água é visto na comunidade Malhada da Areia em Juazeiro, Bahia, Brasil, em 10 de junho de 2024

Um tanque de armazenamento de água é visto na comunidade Malhada da Areia em Juazeiro, Bahia, Brasil, em 10 de junho de 2024.

Gonçalves mede o nível do tanque de 16 mil litros com uma régua e registra o consumo em um caderno.

O governo instalou quase um milhão de tanques como este na região desde 2003.

As instalações desaceleraram drasticamente sob o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, mas o programa foi recentemente relançado sob o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Outra ameaça à Caatinga é o êxodo rural, e o IRPAA criou um centro de formação onde ensinou cerca de 200 jovens sobre métodos agrícolas sustentáveis.

“Na nossa região não temos muitas oportunidades, temos que viajar para buscar conhecimento. Fico feliz em poder contribuir com o bem-estar da minha comunidade”, disse Anderson Santos de Jesus, 20, que percorreu 200 quilômetros (124 milhas) para chegar ao centro de treinamento.

© 2024 AFP

Citação: Plantando cactos gigantes para evitar a desertificação no Brasil (2024, 29 de junho) recuperado em 29 de junho de 2024 em https://phys.org/news/2024-06-giant-cactus-stave-desertification-brazil.html

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