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Um novo estudo publicado na revista GeoHealth afirma que aumentar o número de árvores poderia prevenir milhares de mortes por malária, especialmente entre crianças, na África Subsaariana.
A investigação de especialistas ambientais da Universidade de Vermont (EUA) revela que as florestas podem ser aliadas cruciais na luta contra a malária, que se estima que mate mais de 600 mil pessoas todos os anos em todo o mundo. Dois terços deste total são crianças com menos de cinco anos que vivem nestas áreas do continente africano.
A malária é transmitida por mosquitos do gênero Anopheles, provenientes de regiões tropicais, e a doença está associada, segundo os autores, ao baixo nível socioeconômico. Agora também está sendo traçada uma ligação com o desmatamento.
“Uma das principais conclusões deste estudo é que para termos boas políticas de saúde pública é também importante considerar a conservação ambiental”, explicou Tafisi Stefanos, primeiro autor do artigo, em comunicado. Isto irá garantir que os habitats florestais não sejam degradados ou tornados adequados para a reprodução destas espécies de mosquitos.
A equipe explica que as florestas ajudam a baixar a temperatura do ar e evitam a formação de poças de água estagnada, elementos essenciais para a reprodução dos mosquitos transmissores da malária.
O trabalho incluiu o estudo da malária em seis países subsaarianos: Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Guiné, Moçambique, Ruanda e Togo. Ao comparar dados demográficos e de saúde de mais de 11.500 crianças com mapas de distribuição de mosquitos, ficou claro que os indivíduos mais afectados pela doença eram de famílias pobres.
Além disso, descobriram que os efeitos da desflorestação na incidência da malária são maiores nas comunidades de baixos rendimentos. Esta diferença pode ser explicada, pelo menos em parte, porque os agregados familiares mais pobres tendem a viver mais perto de áreas florestais degradadas com condições favoráveis de reprodução dos vectores da malária.
Segundo Taylor Ricketts, um dos outros autores, preservar as florestas e outras áreas naturais não é bom apenas para a saúde das crianças em geral, mas é especialmente bom para as crianças mais vulneráveis.
“As florestas podem fazer muito por nós”, diz Brendan Fisher, que também esteve envolvido na pesquisa, como regular o ciclo da água e sequestrar carbono. Mas há um conjunto crescente de evidências científicas que sugerem que “a vida das crianças depende diretamente do bom funcionamento dos ecossistemas florestais”.
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