Estudos/Pesquisa

Pesquisadores alcançam avanço significativo no diagnóstico precoce do transtorno bipolar em adolescentes

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Em um estudo inovador em Psiquiatria Biológicapublicado pela Elsevier, pesquisadores relatam avanços significativos na melhoria do diagnóstico precoce do transtorno bipolar em adolescentes. Eles demonstram a eficácia da integração de ressonância magnética multimodal com avaliações comportamentais para maior precisão diagnóstica. O transtorno bipolar é uma condição neuropsiquiátrica grave que frequentemente surge durante a adolescência e é caracterizada por oscilações extremas de humor.

Esta pesquisa, liderada por Kangguang Lin, MD, PhD, Department of Affective Disorders, The Affiliated Brain Hospital of Guangzhou Medical University, Guangzhou Medical University, e Jie Wang, PhD, Songjiang Research Institute, Songjiang Hospital, Shanghai Jiao Tong University School of Medicine, pode mudar a forma como identificamos jovens em risco de transtorno bipolar. Eles visavam melhorar a detecção precoce e o tratamento dessa condição, o que é crucial para ajudar pacientes jovens ao longo do tempo.

O Dr. Wang explica: “A integração de dados comportamentais e de neuroimagem tem o potencial de transformar o campo do diagnóstico neuropsiquiátrico, particularmente para condições como transtorno bipolar, onde a detecção precoce é crucial. Essa abordagem pode levar a intervenções mais precoces, potencialmente melhorando os resultados para os indivíduos afetados.”

A equipe usou técnicas avançadas de imagem cerebral para estudar adolescentes em risco de transtorno bipolar. Um grupo de 309 indivíduos, incluindo pacientes com transtorno bipolar, filhos de pacientes com transtorno bipolar (com e sem sintomas subliminares), filhos de transtorno não bipolar com sintomas subliminares e controles saudáveis, foi analisado. Atributos comportamentais foram integrados com recursos de ressonância magnética multimodal. Três modelos de diagnóstico foram desenvolvidos: um modelo de diagnóstico clínico baseado em atributos comportamentais, um modelo baseado em ressonância magnética e um modelo abrangente integrando ambos os conjuntos de dados.

A principal descoberta deles foi que a combinação de várias modalidades de neuroimagem pode revelar mudanças específicas em redes cerebrais que sinalizam transtorno bipolar em estágio inicial. Essa abordagem não apenas ajuda a diagnosticar o transtorno com mais precisão, mas também oferece insights valiosos sobre suas causas biológicas, potencialmente levando a tratamentos melhores e mais personalizados.

O Dr. Lin observa: “Dados os desafios no diagnóstico de transtorno bipolar em adolescentes, nossas descobertas marcam um grande avanço na detecção precoce. Ao combinar várias técnicas de imagem, agora podemos identificar jovens em risco com precisão notável.”

Comentando sobre a importância do estudo, John Krystal, MD, editor da Biological Psychiatry, diz: “Há muito tempo esperávamos que a imagem cerebral ajudasse a melhorar o processo de diagnóstico psiquiátrico. Aqui temos um exemplo muito promissor em que as informações obtidas de várias formas de ressonância magnética, combinadas com informações clínicas, melhoram a precisão do diagnóstico clínico tradicional.”

Dr. Krystal continua, “Quando as pessoas pensam em ressonância magnética, elas frequentemente imaginam que um radiologista está procurando por anormalidades grosseiras que podem ser facilmente visíveis quando a ressonância magnética é apresentada em uma tela. Entretanto, neste caso, análises de ressonância magnética automatizadas muito detalhadas são conduzidas, o que pode captar diferenças estruturais que podem não ser aparentes de outra forma. Além disso, este estudo empregou duas outras formas de imagem de ressonância magnética, ressonância magnética funcional em estado de repouso (rsFMRI) e imagem por tensor de difusão (DTI). A rsFMRI analisa o padrão de comunicação entre regiões cerebrais, ou seja, sua atividade correlacionada. A DTI mede a integridade estrutural das vias neurais medindo o movimento da água dentro e ao redor das vias neurais no cérebro.”

Essas descobertas incentivam uma exploração mais aprofundada de imagens avançadas em psiquiatria, com implicações para melhorar os resultados dos pacientes.

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