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Na noite de 9 de junho, não deveria haver ninguém nas ruas de Tobruk, uma cidade costeira no leste da Líbia. Alguns dias antes, havia sido decretado o toque de recolher para iniciar uma operação contra o tráfico de pessoas e drogas. Mas naquela mesma noite e daquelas praias, um barco de pesca chamado Adriana zarpou clandestinamente, sem encontrar oposição, com 750 homens, mulheres e crianças amontoados a bordo. Este é o navio que quatro dias depois, em 14 de junho, afundou ao largo da cidade costeira de Pylos, em águas territoriais gregas, deixando apenas 104 sobreviventes. Uma investigação do EL PAÍS com Relatórios do Farol, Repórteres Unidos, Monitor, SIRAJ e Der Spiegel Ele identificou a rede de contrabando de migrantes que organizou a viagem e encontrou evidências de que está intimamente ligada a Khalifa Hafter, o poderoso senhor da guerra que domina o leste da Líbia e com quem alguns países europeus querem negociar para conter a imigração irregular.
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