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Pequenos peixes chamados guppies de Trinidad surpreenderam os cientistas quando confrontados com o chamado “dilema do voluntário”.
A ideia do dilema é que os indivíduos são menos propensos a cooperar se estiverem em um grupo grande.
Vários estudos demonstraram isso em humanos – mas os guppies parecem contrariar a tendência.
No novo estudo, da Universidade de Exeter, os guppies em grupos maiores eram mais propensos a se aproximar de um predador para coletar informações para o cardume.
“Quando confrontados com um possível predador, os guppies precisam equilibrar os riscos”, disse Rebecca Padget, do Centro de Pesquisa em Comportamento Animal de Exeter.
“Pelo menos um guppy precisa se aproximar para descobrir se há uma ameaça.
“Um indivíduo que faz isso pode ser comido. Porém, se nenhum dos guppies correr esse risco, todo o grupo estará em perigo.
“Neste ‘dilema do voluntário’, modelos matemáticos sugerem que indivíduos em grupos maiores devem estar menos dispostos a cooperar.
“Em um grupo maior, há mais chances de outro guppy assumir o risco.”
Para testar isso, os pesquisadores colocaram um modelo de argila de um lúcio ciclídeo (um predador natural dos guppies) em um tanque contendo pequenos (5), médios (10) e grandes (20) grupos de guppies.
Surpreendentemente, os guppies nos grandes grupos eram mais propensos a se aproximar e inspecionar o predador.
Indivíduos em grandes grupos inspecionaram uma média de 14 vezes nos testes de sete minutos.
Guppies em grupos médios eram menos propensos a se aproximar – indo em média sete vezes cada.
Os membros desses grupos médios também passaram a maior parte do tempo em “refúgios” (atrás das plantas ou perto do cascalho na borda do tanque).
“Não podemos ter certeza de por que os guppies em grandes grupos cooperaram mais”, disse Padget.
“Sabemos que os guppies têm personalidades diferentes, então pode ser que grupos maiores sejam mais propensos a conter indivíduos mais cooperativos – e outros seguem seu exemplo”.
Após inspecionar um predador, os guppies retornam ao grupo. Pesquisas anteriores mostraram que o comportamento deles sinaliza perigo para os outros.
No estudo, uma “inspeção” foi registrada quando um guppy passou a 30 cm do predador. Isso geralmente era feito por indivíduos ou pequenos subgrupos do cardume principal.
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