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Os desertos são áreas secas e quentes onde parece não haver vida, mas isso nada mais é do que um erro. Pesquisadores da Universidade Cornell indicaram em um estudo que as dunas do deserto não apenas se movem, mas também respiram.
“Os ventos fluem sobre as dunas e, como resultado, criam desequilíbrios de pressão locais, forçando a entrada e saída de ar da areia. É por isso que a areia respira, como respira um organismo vivo.explica o autor principal e coordenador da investigação, Michel Logue.
Esta “respiração” do vapor de água é o que permite que os micróbios persistam nas profundezas das dunas de areia extremamente secas, apesar das altas temperaturas. Além disso, a equipe também descobriu que as superfícies desérticas trocam menos umidade com a atmosfera do que se pensava anteriormente, e que a evaporação da água dos grãos de areia ocorre como uma reação química lenta.
O projeto estudou os desertos do Catar e da Mauritânia durante um período de 40 anos, utilizando sensores desenvolvidos para esse fim. Esses pequenos instrumentos permitiram estudar o teor de umidade das dunas de areia. Compreender este processo permite-nos compreender o que faz com que as terras agrícolas se transformem em desertos – algo que é cada vez mais possível graças às alterações climáticas. Como diz o pesquisador “O futuro da Terra, se continuarmos assim, será um deserto.”.
A sonda utilizada pelo grupo também poderá ser utilizada, segundo os autores, para estudar a forma como o solo absorve ou drena água na agricultura, calibrar observações de desertos por satélite e explorar ambientes extraterrestres que possam conter vestígios de água.
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