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Nesta Páscoa, os amantes do chocolate certamente terão notado que tiveram que pagar mais pelos seus ovos.
Agora, o custo do chocolate poderá disparar depois de as mudanças nos padrões climáticos atingirem o abastecimento de cacau na África Ocidental.
Os ventos poeirentos sazonais vindos do Saara têm sido severos nos últimos meses, bloqueando a luz solar necessária para o crescimento dos frutos do cacau. Ganao Costa do Marfim, Nigéria e Camarões – onde são produzidos cerca de três quartos do cacau mundial.
Na temporada anterior, fortes chuvas espalharam uma doença podre entre os cacaueiros, que produzem o cacau, principal ingrediente do chocolate.
Os fabricantes de chocolate já aumentaram os preços para os consumidores após três anos de colheitas fracas, com Qual? dizendo alguns ovos de Páscoa e coelhinhos custou cerca de 50% mais este anoenquanto outros diminuíram de tamanho.
O preço global do cacau aumentou acentuadamente, uma vez que as exportações da Costa do Marfim, o maior produtor mundial, caíram um terço nos últimos meses.
O preço já dobrou este ano, sendo negociado a um máximo recorde de mais de US$ 10.000 (£ 7.920) por tonelada métrica de cacau em Nova York na terça-feira.
Mas os agricultores que colhem grãos de cacau manifestaram preocupações de que os aumentos não sejam suficientes para cobrir os custos de produção mais elevados e os rendimentos mais baixos, que muitos atribuem às alterações climáticas.
Os cacaueiros só crescem perto do equador e são particularmente sensíveis às mudanças climáticas.
Os agricultores colhem o cacau das árvores, que vendem aos comerciantes locais ou às fábricas de processamento. Eles transformam os grãos em manteiga, pó e licor que podem ser transformados em chocolate e vendem os produtos para empresas globais de chocolate.
O cacau é comercializado num mercado global regulamentado, com preços definidos com um ano de antecedência.
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Sistema quebra em tempos de escassez
Contudo, em tempos de escassez, o sistema entra em colapso, com os comerciantes locais a pagarem aos agricultores um preço superior para garantirem o feijão.
À medida que os comerciantes globais se apressam a comprar esses grãos a qualquer preço para cumprirem as suas obrigações com as empresas globais de chocolate, os processadores locais muitas vezes ficam com falta de grãos.
Plantas forçadas a interromper ou cortar o processamento
Várias grandes fábricas africanas de cacau na Costa do Marfim e no Gana foram forçadas a interromper ou cortar o processamento porque não estão a receber o cacau que encomendaram e não podem comprar grãos a preços mais elevados, informou a Reuters no início deste mês.
A Organização Internacional do Cacau (ICCO) disse que o descompasso entre oferta e demanda deixará o mercado com um déficit de 374 mil toneladas nesta temporada, acima das 74 mil da temporada passada.
Como resultado, os processadores e as empresas de chocolate terão de recorrer aos stocks de cacau para cobrir plenamente as suas necessidades e a ICCO disse que espera que os stocks de cacau caiam para o seu nível mais baixo em 45 anos até ao final da temporada.
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