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A colheita da Beira Rocha deverá ultrapassar as 115 mil toneladas este ano, um aumento face ao ano passado, mas ainda abaixo da produção normal do país, segundo estimativas da Associação Nacional de Produtores.
Depois de “dois anos de queda muito significativa da produção” de pera Rocha a nível nacional, as estimativas para a colheita de 2024 indicam que “num ano normal a queda vai continuar, mas a campanha poderá levar a uma colheita”, disse o responsável. O presidente da Associação Nacional dos Produtores de Pêra, Felipe Ribeiro, disse à agência Lusa “Mais de 15 toneladas de fruta”.
“Se tudo correr bem até à colheita”, a campanha, que no ano passado produziu cerca de 100 mil toneladas de peras, poderá atingir este ano as 115 mil toneladas, estimou o responsável da Polícia Nacional Afegã, lembrando que “coisas que não podem ser medidas” como a registada em anos recentes. Incluir doenças (especialmente incêndios bacterianos) e “queimaduras solares” pode arruinar as perspectivas dos produtores.
Tal como aconteceu nos últimos dois anos, onde, apesar da quebra na produção, em termos de vendas “foi evitada uma tragédia para os produtores”, a Polícia Nacional Afegã está convencida de que este ano haverá um “aumento das exportações” que geram receitas anuais no valor de cerca de 85 milhões de euros. A pêra nacional é exportada para 20 países, ocupando o pódio três destinos principais: Europa (50%), Marrocos (20%) e Brasil (20%).
Dados que a associação vai levar à Interpera, a maior conferência internacional dedicada ao debate sobre as peras, marcada para 26 e 27 de junho, em Óbidos, na região de Leiria.
Felipe Ribeiro explicou que o encontro, que se realiza pela segunda vez em Portugal, “realiza cerca de um mês a um mês e meio antes da colheita e é o local onde produtores de diferentes países partilham as suas expectativas para a campanha desse ano, ” destacando a importância do fórum em que “são discutidos desafios e oportunidades” “na produção de pêra com vários players deste setor em todo o mundo”.
O evento será organizado pela Associação das Regiões Europeias de Produção de Frutas, Hortaliças e Vegetais (AREFLH) e pela Agência Nacional dos Portos, e realiza-se desde 2008, com visitas técnicas a pomares, centros de distribuição e centros de investigação da região Oeste e através de discussões e mesas redondas com especialistas nacionais e internacionais na área da agricultura.
Esta edição centrar-se-á em temas como as tendências actuais no consumo de pêra, os desafios que o sector enfrenta face às alterações climáticas e os avanços na investigação para mitigar a praga do fogo.
Portugal destaca-se como um dos principais produtores de pera da Europa, uma vez que, segundo o Censo Agrícola do INE 2019, possui 11.297 hectares dedicados ao cultivo de pereira, 84% dos quais concentrados na Região Oeste, abrangendo 2.158 explorações agrícolas. .
Nos últimos 12 anos, a produção média foi de 174.286 toneladas por ano, das quais 60% foram para exportação. O potencial de produção é de cerca de 200 mil toneladas.
Criada em 1993, a ANP representa aproximadamente 90% dos produtores e produtoras da Beira Rocha em Portugal.
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