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O que uma região precisa para liderar uma disciplina? Pioneiros — Strong The One

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Se você deseja abrir um restaurante, primeiro precisa investir – em garçons, chefs, instalações e equipamentos – para ter lucro depois. “Decisores políticos e investidores de uma região enfrentam uma situação semelhante. Se eles decidem investir em um novo campo de pesquisa, precisam se tornar líderes em um determinado momento para serem lucrativos”, explica Vito DP Servedio, pesquisador do CSH.

Rico fique mais rico

Portanto, eles precisam de recursos financeiros e cientistas. “O investimento precoce em áreas emergentes de pesquisa é um fator-chave do domínio científico”, continua ele. Uma vez que o pioneiro estabeleceu uma área ou tecnologia, os pesquisadores também têm maior probabilidade de se mudar para esse ambiente novo e estimulante. Esse fenômeno de “fique-rico-mais-rico” é a base do desenvolvimento da força científica de uma região. E a mobilidade dos cientistas impulsiona o desenvolvimento de disciplinas científicas. A questão é, então, quantos cientistas uma região precisa contratar para que outros cientistas achem seu ambiente atraente e ingressem em suas instituições?

Sem Massa Crítica

A equipe não encontrou evidências da existência de um número mínimo de pesquisadores para contratar. Ou em termos técnicos: não há massa crítica para iniciar e desenvolver com sucesso um novo campo de pesquisa. Aqui, os cientistas se concentraram em três áreas científicas: semicondutores, células-tronco embrionárias (ESC) e pesquisa na Internet.

“De certa forma, isso contradiz a crença generalizada de que você precisa de um número mínimo ou massa crítica de pesquisadores para tornar um campo bem-sucedido. Em nosso estudo, fica claro que esse não é o caso”, afirma Stefan Thurner, do CSH.

Seja um pioneiro

Na verdade, as regiões parecem ser bem-sucedidas quando conseguem embarcar cedo em um trem e se tornar pioneiras em um campo. “Também descobrimos, como sugere o senso comum, que as regiões que se movem cedo para novas tecnologias tendem a dominar os campos científicos correspondentes no futuro”, explica Thurner.

China: corrida cara para recuperar o atraso

Se uma região não foi pioneira, mas ainda deseja alcançar a liderança em uma determinada área de pesquisa, ela deve fazer esforços extraordinários para alcançá-la. “As intervenções estratégicas devem ser sustentadas ao longo de décadas para competir por uma posição de liderança em um campo, como é evidente, por exemplo, na ciência chinesa de semicondutores, onde o processo de recuperação começou no final dos anos 1970 e levou a um papel dominante hoje, ” Servedio diz.

Um modelo especialmente desenvolvido pelos pesquisadores pode explicar o padrão de desenvolvimento da China – como eles assumem áreas específicas de pesquisa e aumentam o número de cientistas que publicam nesses campos. “Afinal, a China tem algumas das instituições que mais crescem em todo o mundo. Com nosso modelo, você pode ver claramente que a China está fechando a lacuna em relação aos EUA, potencialmente assumindo custos enormes, mas também mostrando sua capacidade de se envolver efetivamente com alto impacto Embora os pioneiros possam ter uma vantagem em alguns contextos, não é necessariamente impossível para os retardatários alcançar ou mesmo superar os pioneiros em um campo científico.” diz a pesquisadora do CSH, Márcia R. Ferreira.

Três campos de pesquisa e milhões de dados

Com a ajuda do Dimensões No banco de dados, os pesquisadores do CSH puderam rastrear os cientistas que se deslocam pelas regiões do mundo (eles derivaram esses movimentos das afiliações dos cientistas) em três campos – semicondutores, células-tronco embrionárias (ESC) e pesquisa na Internet. “Dessa forma, analisamos dados de várias décadas com informações sobre milhões de publicações, 20 milhões de pesquisadores e mais de 98.000 instituições de pesquisa em todo o mundo”, afirma Servedio.

No campo da pesquisa de semicondutores, eles rastrearam 5.062.639 artigos e 2.011.170 pesquisadores em 1.633 regiões do mundo entre 1941 e 2019; no campo da pesquisa com células-tronco, eles rastrearam 1.083.100 artigos e 752.575 pesquisadores em 1.161 regiões do mundo no mesmo período; e no campo da pesquisa na internet, eles rastrearam 246.953 artigos e 109.098 pesquisadores em 1.032 regiões do mundo entre 1956 e 2019.

“O que nossos resultados mostram claramente é que se as regiões querem se tornar líderes em um campo, elas devem tentar se envolver desde o início. É possível recuperar o atraso, mas isso tem um custo tremendo”, afirmam Thurner e Servedio. “No entanto, nosso modelo de capacitação científica é uma simplificação. Há outros fatores que contribuem para o sucesso de um campo que ainda não conseguimos explorar aqui e que será objeto de análise futura”, afirma Ferreira.

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