O que é conhecido como Big Tech consiste em algumas empresas multinacionais de tecnologia que acumularam uma quantidade significativa de poder dentro do mercado de tecnologia e além. Embora essas empresas sejam responsáveis pela maioria dos nossos serviços online, sua influência de longo alcance e o uso dela são assuntos de debate aberto. Os críticos frequentemente condenam as empresas Big Tech por sua acumulação flagrante de dados, manipulação de mercado e opinião, falta de tratamento transparente de dados do usuário e algoritmos tendenciosos.
As cinco grandes empresas
As Big Tech geralmente incluem cinco empresas multinacionais bem conhecidas: Facebook (Meta), Google, Amazon, Apple e Microsoft.
Facebook (Meta)
Como um dos primeiros sites de redes sociais, o Facebook conquistou o mundo, reunindo mais de 2 bilhões de usuários ativos em todo o mundo (em 2024). Com a aquisição do Instagram e do WhatsApp, a empresa de mídia social fortaleceu sua posição como gigante da tecnologia, ganhando bilhões de dólares anualmente e constantemente buscando expandir seu lugar na indústria de tecnologia com suas inovações contínuas (por exemplo, o Metaverso).
Uma das empresas mais antigas da lista das Cinco Grandes, o Google (agora parte do conglomerado Alphabet Inc.), começou como um mecanismo de busca e rapidamente expandiu seus serviços para e-mail (Gmail), computação em nuvem (Google Drive, Docs e Sheets) e até mesmo navegação (Google Earth e Google Maps). E não parou por aí — o Google continua trabalhando em ferramentas de inteligência artificial (Gemini), sistemas móveis (Android OS e telefones Google Pixel) e robótica para avançar ainda mais no campo da tecnologia.
Amazonas
Muitas vezes considerada a maior empresa de e-commerce do mundo, a Amazon se estabeleceu firmemente no mundo da tecnologia. O que começou como um mercado online para livros agora inclui computação em nuvem (AWS), plataformas de streaming online (Prime Video) e até mesmo assistentes virtuais (Alexa, Echo). A Amazon continua a fazer progressos na indústria de tecnologia com pesquisa e desenvolvimento constantes de IA, software de reconhecimento facial, robótica e computação quântica.
Maçã
Em 2023, a Apple Inc. faturou quase US$ 400 bilhões em receita, tornando-se a empresa de tecnologia mais lucrativa do mundo (enquanto a Amazon faturou mais, ela é frequentemente considerada uma empresa de varejo em primeiro lugar). Enquanto a Apple continua a produzir computadores iPhone e Mac, ela também continua tentando abrir novos caminhos no campo da realidade aumentada (RA) (tecnologia VisionPro) e aprendizado de máquina.
A empresa até tentou enfrentar a indústria automobilística criando veículos autônomos. No entanto, em fevereiro de 2024, a Apple abandonou o projeto e mudou seu foco para projetos de IA generativa.
Microsoft
Quase 50 anos após sua criação, a Microsoft ainda é líder na indústria global de tecnologia. A empresa continua trabalhando em seu objetivo original — simplificar a computação e torná-la acessível a usuários em todo o mundo (com produtos como o Windows OS). Além disso, a empresa se aprofundou mais na tecnologia, investindo tempo e dinheiro em IA e aprendizado de máquina, computação em nuvem, tecnologias sustentáveis e até mesmo indústrias de videogame (Xbox).
As siglas das cinco grandes empresas de tecnologia
Se você é fã de programas de TV, então você pode se lembrar de uma citação lendária: “Por que perder tempo dizendo muitas palavras quando poucas palavras fazem sucesso?” Quando se trata dos Big Five e finanças, essa afirmação parece ser particularmente precisa. Porém, em vez de “poucas palavras”, os investidores usam “poucas letras” para criar siglas simples e memoráveis.
Por exemplo, a sigla mais comum, introduzida pelo Goldman Sachs, é “FAAMG”, que descreve as ações da Meta (META) (anteriormente conhecida como Facebook (FB), Amazon (AMZN), Apple (AAPL), Microsoft (MSFT) e Alphabet (GOOG) (anteriormente conhecida como Google). Alguns investidores também usam “GAFAM” ao se referir a essas empresas.
O poder das Big Tech
As grandes empresas de tecnologia dominam o mercado de tecnologia. Portanto, não é surpresa que essas empresas tenham poder e influência suficientes para impactar a indústria, bem como causar mudanças culturais, políticas e sociais.
Domínio da indústria
O sucesso das Big Five permite que as empresas acumulem lucros gigantescos, traduzindo-se em poder econômico e na capacidade de definir tendências para outras empresas de tecnologia. O enorme capital financeiro também permite que as empresas Big Five ganhem vantagem na pesquisa e implementação das últimas tecnologias.
Influência cultural
A mídia social é uma parte enorme de nossas vidas cotidianas e cultura, em grande parte graças ao Facebook, uma das primeiras empresas a investir pesadamente nessa tecnologia. Assim como o Facebook, outras empresas Big Tech introduziram inovações que impactaram profundamente nossa cultura e hábitos.
Por exemplo, a Apple revolucionou a tecnologia pessoal com o iPhone, tornando os smartphones um gadget essencial do dia a dia. O impacto cultural do Google, entre outras coisas, resultou em um novo verbo, “googling”, que agora pode ser encontrado em dicionários. A Microsoft também tem sido fundamental na produtividade empresarial por meio de soluções de software como Windows e Office. Essas empresas moldaram indústrias e influenciaram como vivemos, trabalhamos e interagimos com o mundo.
Influência política
Os lucros das Big Five são tão substanciais que podem ofuscar o PIB de alguns países menores do mundo. Naturalmente, com tanta riqueza e influência, é evidente que essas empresas tentam fazer lobby em agências governamentais para aprovar ou restringir regulamentações e políticas que afetam suas operações (com Microsoft, Meta, Alphabet e Amazon cada uma gastando mais de 10 milhões de dólares em lobby em 2023).
Além disso, algumas grandes empresas de tecnologia (como o Facebook) controlam o fluxo de informações e podem influenciar o discurso político e a opinião pública (por exemplo, censurar tipos específicos de conteúdo).
Impacto social
É claro que a Big Tech tem uma presença enorme em nossas vidas cotidianas. Como empresas multinacionais, elas criam locais de trabalho em todo o mundo, impulsionando economias e construindo infraestrutura (como data centers de IA em todo o mundo).
No entanto, nem tudo são flores. Como as empresas de Big Tech gerenciam milhões de gigabytes de dados, seu uso indevido de dados confidenciais de usuários causou danos significativos para clientes e para as próprias empresas (por exemplo, expondo os dados de usuários do Facebook a atores maliciosos em Vazamento de dados do Facebook Marketplace).
Por que as Big Tech precisam ser regulamentadas?
Se não for controlado, o poder das grandes empresas de tecnologia pode ser ignorado regulamentação governamentalcriar monopólios, explorar trabalhadorese sonegar impostos.
Mesmo com o foco em tecnologia que beneficia a humanidade, as empresas Big Five são negócios que têm obrigações financeiras com seus acionistas. Ser um grande negócio também pode colocar um alvo nas costas da empresa porque atores maliciosos amam nada mais do que envergonhar publicamente entidades que se consideram na vanguarda da indústria de tecnologia.
Por causa dessas ameaças, governos mundiais e especialistas em tecnologia apontam três áreas principais que exigem monitoramento constante: segurança, concorrência e privacidade.
Segurança
Hoje em dia, a segurança cibernética é um tópico em constante evolução. Autenticação de dois fatores, biometria e face ID são apenas algumas das tecnologias implementadas por empresas de tecnologia para proteger usuários e dados da empresa. No entanto, as mesmas tecnologias também estão sujeitas a debate sobre se são realmente seguras (por exemplo, segurança de identificação facial ainda permanece questionável) e pode garantir a segurança sem violar as leis de privacidade.
Embora os usuários possam implementar algumas medidas adicionais de segurança cibernética (como navegar na Internet enquanto usam um VPN), o escopo dessas ferramentas é limitado a plataformas, sistemas operacionais e aplicativos que as suportam. É responsabilidade das Big Five e outras empresas de tecnologia fornecer produtos e serviços que sejam seguros e capazes de manter altos padrões de segurança.
Concorrência
À medida que as Big Five dominam o mercado de tecnologia, é fácil ver como seu poder e influência podem limitar a competição e as oportunidades para empresas menores. Enquanto os líderes da indústria ainda estão competindo entre si, uma fusão entre qualquer uma das Big Five (embora improvável de acontecer) pode levar a um monopólio global de tecnologia.
Privacidade
As preocupações com a privacidade dos dados do usuário e a segurança cibernética estão entre os tópicos mais discutidos relacionados à tecnologia nos últimos anos. De os problemas mais comuns de privacidade nas redes sociais até escândalos como o da Cambridge Analytica, empresas de tecnologia coletam dados de usuários sem restrições e podem usá-los indevidamente, inadvertidamente ou propositalmente, para obter ganhos financeiros.
O Regulamento Geral de Proteção de Dados da UE (RGPD) e o California Consumers Privacy Act (CCPA) são os documentos regulatórios mais fortes até agora, permitindo que os usuários optem por não fornecer seus dados às empresas. No entanto, com algoritmos e Tecnologia de IA melhorando constantemente, podemos enfrentar obstáculos ainda maiores na regulamentação das leis de privacidade de dados, como o gerenciamento dos riscos associados a tecnologia deepfake.
Regulamentações governamentais atuais para grandes empresas de tecnologia
O relacionamento do governo com a Big Tech varia de país para país. Enquanto os EUA têm a abordagem liberal, americana, vale tudo, que de certa forma abriu caminho para o domínio da Big Tech, os mercados europeus gradualmente introduziram legislação para conter seu poder em favor da transparência. As regulamentações governamentais atuais para as empresas de Big Tech incluem:
- Regulamento Geral de Proteção de Dados.
- HR 3825, Lei que Acaba com os Monopólios de Plataforma.
- As investigações da UE sobre a Apple.
- Ordem Executiva 14036, “Promovendo a Concorrência na Economia Americana”.
- Lei de Serviços Digitais (DSA).
- Lei dos Mercados Digitais.
- Lei de Gestão de Serviços Audiovisuais na Internet de Taiwan.
- Multas em plataformas de mídia social.
Os prós e contras da regulamentação tecnológica
A Freedom House publicou algumas ideias sobre a iniciativa dos governos de controlar a Big Tech. Aqui estão as melhores e piores práticas do governo regulando as indústrias de tecnologia.