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O Taleban rejeitou na segunda-feira as preocupações e críticas das Nações Unidas sobre as novas leis sobre vícios e virtudes que proíbem as mulheres no Afeganistão de revelarem seus rostos e falarem em público.
Rosa Otunbayeva, chefe da missão da ONU no Afeganistão, disse no domingo que as leis apresentavam uma “visão triste” para o futuro do Afeganistão. Ela acrescentou que as leis estendem “restrições já inaceitáveis” aos direitos das mulheres e meninas, já que “até a voz de uma mulher fora de casa é considerada uma violação moral”.
Num comunicado, Zabihullah Mujahid, principal porta-voz do governo talibã, alertou contra a “arrogância” por parte daqueles que podem não estar familiarizados com a lei islâmica, especialmente os não-muçulmanos que podem expressar reservas ou objeções.
O governo talibã emite uma proibição geral das vozes e rostos nus das mulheres
Ele acrescentou: “Apelamos a uma compreensão profunda destas leis e ao reconhecimento respeitoso dos valores islâmicos. Rejeitar estas leis sem esta compreensão é, na nossa opinião, uma expressão de arrogância.”
Na quarta-feira passada, os governantes talibãs do Afeganistão emitiram o primeiro conjunto de leis do país para prevenir o vício e promover a virtude.
Estas leis incluem a obrigação das mulheres de esconderem o rosto, o corpo e a voz fora de casa e também proíbem imagens de criaturas vivas, como fotografias.
“Depois de décadas de guerra e no meio de uma terrível crise humanitária, o povo afegão merece muito mais do que ameaças ou prisão se se atrasar para a oração, olhar para um membro do sexo oposto que não seja membro da família ou possuir um foto de um ente querido”, disse Otunbayeva.
Em resposta à declaração da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão, Mujahid acrescentou: “Devemos enfatizar que as preocupações levantadas por várias partes não impedirão o Emirado Islâmico do seu compromisso de apoiar e implementar a lei islâmica”.
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