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O que causa movimentos oculares espontâneos no albinismo? — Strong The One

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As pessoas com albinismo geralmente têm visão deficiente. Um novo estudo da Instituto Holandês de Neurociência revela a causa subjacente.

Na Europa, o albinismo ocorre em 1 em 20.000 indivíduos. No entanto, em algumas populações, é muito mais comum, afetando 1 em 1.000 pessoas. As pessoas com albinismo carecem de pigmento e freqüentemente têm visão deficiente. Por exemplo, eles podem ver a uma distância de 20 metros o que alguém com pigmento vê a 80 metros. Mas o que exatamente causa isso?

Uma das causas é o movimento espontâneo do olho para frente e para trás, chamado de ‘nistagmo pendular’. Esse fenômeno não apenas dificulta a visão, mas também dificulta o contato visual social. Às vezes, o tratamento envolve medicamentos ou cirurgia nos músculos oculares, mas esses métodos têm efeitos colaterais desagradáveis ​​e não são totalmente eficazes. Compreender os mecanismos subjacentes por trás dessa condição é essencial para o desenvolvimento de estratégias alternativas de tratamento.

Trem em movimento

O nistagmo pendular se assemelha aos movimentos oculares que as pessoas fazem quando olham para fora enquanto andam de trem em movimento: os olhos se movem automaticamente junto com a paisagem em movimento e depois voltam à posição de repouso. As células nervosas em uma pequena área do cérebro (conhecida como núcleo do trato óptico) respondem seletivamente a esse movimento e se tornam ativas. Em indivíduos saudáveis, essa atividade leva ao enrijecimento dos músculos oculares para estabilizar a imagem. No entanto, no albinismo, esse processo funciona de maneira um pouco diferente.

Jorrit Montijn, Valentina Rugiccini e seus colegas, sob a supervisão de Alexander Heimel, demonstraram agora em camundongos albinos que as células nesta área do cérebro não são mais seletivas para a direção do movimento da imagem. Com isso, a imagem não consegue se estabilizar, levando ao quadro de nistagmo pendular. Atualmente, a cirurgia dessa área do cérebro não é possível, mas a pesquisa oferece esperança de que, no futuro, o nistagmo pendular possa ser reduzido por meio da manipulação da atividade nessa região do cérebro.

Excluindo o córtex

Jorrit Montijn: “Nós mostramos que o núcleo do trato óptico pode ser a fonte do problema. Pesquisas anteriores já sugeriam que esta área está envolvida nos movimentos oculares, mas não se pode descartar que (também) outras áreas, como o córtex, causam nistagmo pendular. Ao medir simultaneamente o córtex e o núcleo do trato óptico nos mesmos camundongos, fomos capazes de eliminar esta questão.”

“Sabemos agora que há algo errado com esta área, mas ainda não sabemos o que pode ser feito sobre isso. Os próximos passos seriam traduzir isso em prática. Uma opção possível poderia ser a Estimulação Cerebral Profunda da área, mas isso ainda precisa ser testado e não se sabe se tem efeito. Outra opção talvez seja a cirurgia ou mesmo a terapia genética no futuro. Agora cabe a cientistas mais orientados clinicamente investigar isso.”

O estudo foi possível graças a uma doação da Sra. Van Hessen-Israels para pesquisas sobre as consequências do albinismo.

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