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A Câmara e a Cooperativa Agrícola de Morea (Baja) opuseram-se à possibilidade de desmatamento da área do futuro regadio do município, apelando também à “aceleração” da implementação de todo o projecto.
O presidente da Câmara de Mora, Álvaro Azedo (PS), afirmou: “Exigimos que não se dispense um único metro de rega no concelho e que este processo seja acelerado, porque passados 20 anos já não há desculpa para toda esta conversa”. .” , na Comissão de Agricultura e Pescas, da Assembleia da República, em Lisboa.
O autarca falava durante uma audição parlamentar sobre a construção do Complexo de Rega Amareleja/Povoa/Mora, inserido na segunda fase da ampliação da Fundação Multiusos Alkiva (EFMA).
O projeto, anunciado pelo então ministro da Agricultura, Cabolas Santos, em 2018, prevê a instalação de sistemas de irrigação em cerca de 8 mil hectares no município, dos quais 1.800 hectares através do complexo de Mora, com construção prevista até 2025, além de outros 6.000 hectares na região de Amarillija./Bovois, previstos para a segunda fase.
Contudo, Álvaro Azedo revelou hoje que a Empresa de Infraestruturas e Desenvolvimento de Alqueva (EDIA) informou o município e a cooperativa agrícola de Mora e Barrancos (CAMB), na semana passada, da redução de “cerca de 600 hectares” no bloco de Mora, o que aumentará a área de 1.800 para 1.200 hectares com um investimento de 13 milhões de euros.
“A justificação que nos deram foi que se tratava de questões ambientais, especificamente do âmbito da segurança dos abrigos para morcegos, mas também nos falaram sobre questões orçamentais”, disse o presidente da CAMB, José Duarte, na audiência.
Durante a sua intervenção, o presidente da CAMB informou os deputados que “existe uma declaração de impacto ambiental”, aprovada em 2018, que estipula “restrições, e não proibições, à prática da agricultura num raio de 10 quilómetros”.
E acrescentou: “Ou seja, o agricultor pode praticar a sua actividade, com um conjunto de restrições, mas pode praticar a sua actividade e obter rega”.
Sobre a falta de fundos, José Duarte continuou: “É algo que também não podemos aceitar, porque há financiamento do Banco Europeu de Investimento”. [Banco Europeu de Investimento] Sabemos que até agora nem um cêntimo deste montante foi utilizado.”
“Então, ou isto é má-fé da EDIA ou é algo que não conseguimos compreender”, disse o presidente do CAMB, acrescentando que o município de Mora se sente “injusto” nesta matéria.
O autarca considerou que “o Kiva não se consegue no município sem todo este bloco de irrigação”, considerando que “há quem falte à verdade” em todo o processo.
“Temos cartas do ministro [da Agricultura, Maria do Céu Antunes] Dizer vamos a isso e que Alqueva vai cumprir-se no concelho de Mora, mas depois a EDIA vem com um discurso completamente diferente. Alguém tem que assumir a responsabilidade por isso”, conclui Alvaro Asedo.
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