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O primeiro desvio da Copa do Mundo veio de Gianni Infantino. Talvez até um gol contra.
O presidente da FIFA, que disse às equipas para se concentrarem no futebol, fez tudo menos na véspera do apito inicial.
Ele estava determinado a denunciar o que ele percebe como hipocrisia dos críticos – entregando uma palestra moral de sua autoria.
Parecia haver uma referência ao colonialismo quando ele afirmou que os europeus não tinham o direito de criticar o Catar – e deveriam se desculpar por sua própria conduta nos próximos 3.000 anos.
Uma tentativa de mostrar empatia apareceu performática quando ele disse, bizarramente: “Hoje eu me sinto gay… hoje eu me sinto [like] um trabalhador migrante”.
Ele até tentou igualar a experiência de sua própria família, migrando da Itália para a Suíça, com os trabalhadores que vieram para o Catar em busca de empregos mal remunerados, muitas vezes em condições brutais.
Inúmeros morreram prematuramente. A falta de exames post-mortem significa que nunca saberemos o custo humano total de o Catar sediar a Copa do Mundo com £ 200 bilhões em nova infraestrutura.
O discurso incoerente de Infantino – durando mais de uma hora antes das perguntas serem feitas na coletiva de imprensa – chamou a atenção para a adequação do Catar como anfitrião do torneio.
Sem autoridades locais falando com a mídia esta semana, ele parecia ser a voz do país do Oriente Médio.
Mas enquanto ele rejeitou as críticas ao Catar, o escrutínio que ele considera hipócrita produziu mudanças que levaram a melhores condições de trabalho para os trabalhadores migrantes.
Este é um anfitrião da Copa do Mundo escolhido implausivelmente pela FIFA há 12 anos.
As investigações de corrupção foram evitadas pelo Catar, garantindo que os oito estádios estejam prontos para sediar 64 jogos da Copa do Mundo e, talvez, o último torneio internacional da estrela portuguesa Cristiano Ronaldo e seu rival argentino Lionel Messi.
Tudo começa no domingo, com a estreia do Catar na Copa do Mundo contra o Equador, após uma cerimônia de abertura que não será apenas para comemorar o futebol que está por vir.
Depois de sofrer 12 anos de ataques, o Catar espera comemorar como nação – projetando um poder eclipsando o minúsculo tamanho desta nação.
Mas Infantino espera que seus elogios generosos não voltem para mordê-lo.
Afinal, alguns anos atrás, ele lisonjeava a Rússia, anfitriã de 2018, e Vladimir Putin, apesar das preocupações dos ativistas de direitos humanos.
A FIFA então teve que banir a Rússia desta Copa do Mundo por invadir a Ucrânia.
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