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O aspecto político do julgamento criminal de Donald Trump por caso de Stormy Daniels, em que o júri chegou ao veredicto de culpa esta quinta-feira à tarde pelos 34 crimes de que foi acusado, é evidente. Não só pela sua condição de candidato à reeleição em Novembro, pelos seus comícios improvisados no corredor de acesso à sala de audiências ou pelas manifestações de apoio de simpatizantes – nada massivo, muito pelo contrário – no parque que serve como lobby para o Tribunal Criminal de Manhattan. Também, e sobretudo, pelo desfile de congressistas republicanos ao longo do julgamento, uma coorte ilustre entre a qual uns vêem o possível número dois no boletim eleitoral do candidato, e outros, mais simplesmente, um conveniente reajuste de fileiras em torno da figura invasiva de Trump – ele colonizou as diferentes correntes – como o líder abrangente do partido. O julgamento tornou-se um teste de lealdade, não republicano, mas trumpista.
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Um veredicto de culpado estimula 15% dos eleitores
Os dados demográficos sorriem para Donald Trump, não só pela sua aparente vantagem nas pesquisas de intenção de voto sobre o seu rival republicano, Joe Biden, que também aspira à reeleição em Novembro. De acordo com uma sondagem da rádio pública NPR divulgada em 30 de maio, o resultado do julgamento, qualquer que seja, não influenciará o voto da maioria dos eleitores registados: dois terços dos inquiridos disseram que um veredicto de culpado não mudaria em nada sua eleição do voto. Três quartos disseram o mesmo sobre um veredicto de inocente. Outros 15% disseram que um veredicto de culpa os encorajaria ainda mais a votar em Trump.
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