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A agência reguladora de telecomunicações do Brasil, Anatel, afirma que durante uma operação na semana passada, bloqueou com sucesso cerca de 80% das ‘caixas de TV’ piratas no país. Estimativas do início de 2023 sugerem que sete milhões estavam ativos no Brasil. A operação, considerada a mais significativa já realizada, ocorre poucas semanas depois de Google e Cisco terem sido criticados por “fecharem os olhos” ao problema da pirataria de IPTV.
As autoridades e os detentores de direitos no Brasil parecem determinados a interromper, restringir ou negar completamente o acesso ao mercado ilegal de TV desfrutado por milhões de cidadãos locais.
Desde a aceitação de serviços piratas de IPTV até a proibição de decodificadores não certificados, passando pelo bloqueio de sites de streaming ilegais e a remoção de aplicativos piratas, nenhum alvo está fora dos limites. Uma das agências que estão na vanguarda dessa atividade antipirataria é a Agência Nacional de Telecomunicações, mais conhecida como Anatel.
No início deste ano, a Anatel e a Agência Nacional de Cinema (Ancine) anunciaram uma nova parceria antipirataria. Além das apreensões em massa de dispositivos do tipo Android não certificados, a Anatel disse que o bloqueio continuaria a desempenhar um papel fundamental na luta contra sete milhões de dispositivos set-top piratas (termo local ‘TV Box’) supostamente ativos no país.
Novo laboratório antipirataria revelado
No início de setembro foi inaugurado oficialmente o novo Laboratório Antipirataria da Anatel em Brasília. Capaz de realizar análises técnicas de equipamentos e métodos de distribuição de conteúdo pirata, o laboratório conta com 12 telas grandes para monitoramento, seis estações de trabalho para uso interno e acesso remoto para funcionários de outros locais.

Durante a cerimônia de inauguração no mês passado, a Anatel revelou que 29 operações resultaram na apreensão de 1,4 milhão de aparelhos não certificados. A agência de telecomunicações acrescentou que 1.400 endereços IP que “permitiram o funcionamento de TV Boxes piratas” foram bloqueados.
Anatel afirma enorme progresso
De acordo com anúncio da Anatel na última quinta-feira (26 de outubro), mais de 3.000 servidores que permitem milhões de ‘TV Boxes’ piratas foram bloqueados no Brasil desde o início de 2023. Isso é mais que o dobro do número relatado pela Anatel no mês passado, mas uma surpresa ainda maior. veio por meio de relatos de uma operação da Anatel realizada na quinta-feira.
Com base em dados fornecidos pela agência, reportagens da mídia local (1,2,3) afirmaram que a Anatel conseguiu de alguma forma bloquear 80% de todas as caixas de TV atualmente ativas no Brasil, ou bloqueou servidores que fornecem 80% das caixas de TV.

Seja qual for a abordagem, se a Anatel conseguisse de alguma forma evitar que 80% de todos os aparelhos de TV recebessem conteúdo pirata no espaço de um ano, isso seria um feito extraordinário. Mesmo uma semana seria surpreendente, mas a afirmação de milhões num dia parece incrível, não credível ou inteiramente dependente de informações ou nuances mais importantes que não estão a ser divulgadas.
Outro ângulo é que a interrupção em grande escala tende a ser registrada nos resultados de pesquisa e os dados do Google sobre vários termos de pesquisa relacionados não parecem refletir milhões de caixas de TV que foram subitamente apagadas no Brasil na semana passada. Pelo menos, não por um período de tempo significativo.
Google e Cisco são “obstáculos” na luta contra a pirataria
No primeiro dia do Fórum PAYTV em São Paulo, no início de agosto, Moisés Moreira, da Anatel, sugeriu fortemente que, para que o bloqueio fosse mais eficaz, os ‘gigantes da tecnologia’ (incluindo um que começa com ‘G’) deveriam ajudar na luta contra a pirataria.
“Já determinei o prazo de uma semana para que eles se manifestem e caso isso não aconteça vamos escalar a fiscalização, até mesmo a judicialização por parte do órgão”, disse Moreira.
Uma reportagem datada de 22 de setembro descreveu tanto o Google quanto a Cisco como espinhos no sapato da Anatel e acusou-os de fechar os olhos à pirataria. Foi alegado que quando as empresas recebem pedidos de bloqueio dos titulares de direitos, as empresas os ignoram.
Embora ambas as empresas tenham se recusado a comentar, ainda não está claro o que estão sendo solicitados a fazer. Por um lado, a disputa parece centrar-se nos serviços DNS públicos das empresas, cuja utilização permite aos utilizadores contornar os bloqueios DNS locais quando os domínios são sujeitos a bloqueio. Por outro lado, Moisés Moreira, da Anatel, também falou sobre a importância do bloqueio de endereços IP.
Isso leva de volta à aparente capacidade da Anatel de bloquear 3.000 servidores até agora em 2023, ao alegado bloqueio de 80% de todas as caixas de TV na semana passada (e o que isso realmente significou em termos práticos), e se a Anatel está recebendo ajuda agora, e se então, de quem.
Certamente não é a imagem mais nítida, ao contrário das do novo laboratório, que são bastante impressionantes.
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